Um relatório da ONU indica que, em Moçambique, 33 por cento das pessoas com Sida abandonam os tratamentos ao fim de um ano.
Para inverter o cenário, várias organizações não governamentais sugerem o reconhecimento do papel dos conselheiros para sensibilizar aquelas pessoas a não abandonarem o tratamento anti-retroviral.
Lucas Molfino, da organização Médicos Sem Fronteira(MSF), explica a importância e o papel destes agentes de saúde: "Embora se tenha registado passos significativos ao se reconhecer o papel fundamental que o conselheiro desempenha no aumento de número de pessoas testadas para o HIV, como aquelas que iniciam com o tratamento, as pessoas que fazem este trabalho não têm reconhecimento profissional desejado e financiamento necessário na maioria dos países, incluindo Moçambique", disse Molfino.
Neste momento, cerca de 500 pessoas exercem o papel de conselheiros, a meta da MSF é chegar aos 1893.
Entretanto,o reconhecimento profissional dos conselheiros pelo Estado Moçambicano seria crucial para inverter o cenário de abandono do tratamento, segundo Carolina Silva, analista em matérias de saúde.
"O Governo ainda não reconheceu esta posição e não harmonizou o pacote de formação, descrição de tarefas e tudo e ainda não tem planos de integrar esta posição importante para minorar o impacto do HIV/Sida", revelou a analista.
A Onusida explica que o reconhecimento profissional dos conselheiros vai contribuir para se atingir as metas desta organização, bem como para que mais pessoas conheçam o seu estado de infecção e iniciem o tratamento, garante José Henrique Zelaya, representante da Onusida.
A MSF em conjunto com a Onusida e a Rensida lançaram a campanha “Eu amo o meu conselheiro”, que visa trazer testemunhos das pessoas com HIV/Sida sobre a importância dos aconselhadores nas suas vidas.