O Instituto Eleitoral da África Austral (EISA) acusou em comunicado divulgado nesta segunda-feira, 13, o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) de Moçambique de reduzir o número de eleitores nas zonas dominadas pela oposição.
"A distribuição das brigadas de recenseamento eleitoral foi para facilitar o registo de eleitores em zonas sob forte influência da Frelimo e reduzir o número de eleitores nas regiões sob domínio da oposição", denuncia aquela organização da sociedade civil, que acusa a autoridade eleitoral de ter criado "uma logística desfavorável" ao registo de eleitores nas zonas que votam maioritariamente na oposição e "facilitou o recenseamento" nas áreas que preferem o partido no poder.
"O círculo eleitoral de Gaza [dominado pela Frelimo] beneficiou de um aumento de 34,2% de brigadas de recenseamento eleitoral, contudo, a Zambézia, [que vota na oposição], teve um aumento de apenas 8,1%", continua o EISA, cujo estudo indica que a diminuição do número de eleitores nos círculos eleitorais tradicionalmente controlados pela oposição vai resultar na redução do número de mandatos para a Assembleia da República e para as assembleias provinciais.
"Para os territórios com uma tendência de voto para a oposição, a alocação de menos brigadas vai também exercer um efeito perverso durante uma fase da votação", conclui a EISA.
Aquela organização alerta ainda para o facto de a dispersão das assembleias de votação poder reduzir a capacidade dos partidos políticos e de monitoria das organizações da sociedade civil.
As eleições gerais estão marcadas para 15 de Outubro.