A um dia da posse de João Lourenço como Presidente de Angola, o partido no poder e a oposição fazem leituras diferentes do seu futuro consulado.
Enquanto os partidos da oposição dizem que o Lourenço não vai mandar porque haverá um Governo bicéfalo, o MPLA responde que tudo não passa de intrigas e politiquices.
Raúl Danda, vice-presidente da UNITA, interroga-se sobre quem de facto vai mandar no país a partir de amanhã, 26.
"O novo Presidente à beira de tomar posse, mas o antigo presidente continua a mandar em tudo: Entregou as instalações da antiga Assembleia Nacional ao seu genro (Sindika Ndokolo), está a escolher as chefias militares para o país, inaugurou uma obra do soldado desconhecido com milhões e milhões enquanto o soldado conhecido tem fome, eu não sei que país teremos, mas a única verdade é que o MPLA sempre mandou no país e vai continuar”, acusa Danda.
Leonel Gomes, da CASA-CE, alinha pelo menos diapasão e não antevê uma governação fácil.
“Não vejo uma governação fácil para quem foi empurrado, havendo bicefalia, vamos ter tempos tenebrosos, o povo vai sobre momentos mais difíceis ainda e o desenvolvimento que se quer será no binoculo", sublinha o secretário-geral da coligação.
Para Joao Pinto, deputado do MPLA, não haverá sombra de José Eduardo dos Santos.
"O Presidente João Lourenço sempre pertenceu aos quadros estratégicos do MPLA e nunca teve conflito com José Eduardo dos Santos, que é, claro, uma figura a respeitar até pela própria oposição, mas isto não vai impedir que Joao Lourenço pense pela própria cabeça, o resto são intrigas de oposição que só fazem politiquices", disse Pinto.
A posse de João Lourenço acontece na terça-feira, 23, na presença de cerca de 30 chefes de Estado e de Governo e de mais de mil convidados.