Os dois principais partidos da oposição angolana disseram que os objectivos da Independência há 40 anos não foram alcançados e criticaram asperamente o discurso do Presidente José Eduardo dos Santos por ocasião das celebrações do 11 de Novembro.
"Os grandes objectivos pelos quais os três movimentos de libertação se bateram durante a luta contra o colono português não foram alcançados", reagiu o porta voz da Unita Alcides Sakala, que criticou ainda a acusação de Santos contra ingerência externa nos assuntos de Angola.
"Não há ingerência nenhuma e Angola não deve se esquecer que faz parte das convenções internacionais, por isso deve assumir as consequências da exigência internacional", lembrou Sakalata, ao referir-se às acusações de que o Governo angolano não está a respeitar os direitos dos seus cidadãos.
No seu discurso Santos afirmou que o Governo continua a respeitar os direitos dos cidadãos e a independência do sistema judicial, algo rejeitado por Leonel Gomes, secretário geral da da Casa-CE.
"O Presidente da República fala de um país virtual, que só existe na cabeça dele, o país real é outro, completamente diferente com perseguição política, exclusão, assassinatos, etc", apontou Gomes.
Para o deputado da coligação, Angola "está a viver hoje um colonialismo interno, doméstico, as populações não sentem nem vivem os ganhos da independência".