Os partidos da oposição angolana criticaram a última remodelação do Governo com a UNITA a afirmar ser uma recompensa pela incompetência e a CASA a descrever o acto como “uma dança de cadeiras”.
José Eduardo dos Santos exonerou o ministro da Juventude e Desportos Gonçalves Muandumba, que passou para o ministério da Reinserção Social, de onde saiu João Baptista Kussumua, nomeado governador do Huambo, no lugar de Kundy Pahiama que, por sua vez, substitui o falecido António Dida Lelwa na governação da província do Cunene.
Albino da Conceição, antigo secretário de estado dos Desportos, foi nomeado a ministro no mesmo pelouro.
O chefe do Executivo nomeou também Mário Ferreira do Nascimento para secretário de Estado do Tesouro.
A UNITA considera que a nomeação de Gonçalves Muandumba para a Reinserção Social só vem provar que o chefe do Executivo dá prémio a quem mostra incompetência.
A parlamentar e responsável pela UNITA Mihaela Webba diz que o seu partido não consegue entender como alguém com um exercício desastroso num ministério é nomeado para outro ministério.
Webba afirma que Gonçalves Muandumba tinha o arruinado o Ministério da Juventude e Desportos, descrevendo-o como “o pior ministro dos últimos anos” e este “é novamente catapultado para outra pasta”.
A jurista diz que o problema do país não está nos ministros, mas sim quem faz estas mexidas constantes sem explicar as razões.
Leonel Gomes, deputado e secretário executivo nacional da CASA, considera que estas remodelações indicam que o Presidente não aprende com os erros.
“Esta dança das cadeiras estimula a incompetência e eventualmente os desvios do erário público porque a pessoa sabe que se cometer erro não lhe acontece nada e depois sai de um sítio vai para o outro”, denuncia.
O dirigente da CASA diz que alguns governantes são ja considerados “mobílias”, numa alusão a Kundy Pahama que volta a ser nomeado a governador do Cunene para onde já tinha sido indicado ainda pelo primeiro Presidente angolano Agostinho Neto.
''Alguns ministros são mobílias do Governo desde que entraram nunca mais saem e alguns só saem depois de mortos e este é o grande dilema do país”, afirma.
“Precisamos de alternância com urgência para que se traga uma lufada de ar fresco para a vida de Angola e dos cidadãos'', conclui Gomes.