A oposição de São Tomé e Príncipe pediu a exoneração de toda chefia militar, na sequência das declarações do Chefe Estado Maior das forças Armadas, Olinto Paquete, que se demitiu do cargo a 1 de dezembro.
O MLSTP-PSD solicita a exoneração e destituição imediata do vice-chefe de estado maior, do Comandante do Exército e do Inspector-Geral das Forças Armadas são-tomenses.
“O vice-chefe de Estado Maior emerge-se como peça fundamental de toda esta “inventona”, lê-se no comunicado do MLSTP-PSD que o acusa de “ conivência” com os actos tortura e violação dos direitos humanos praticados contra os detidos após a alegada tentativa de golpe de estado no passado 25 de novembro.
O maior partido da oposição são-tomense considera que, depois do pedido de demissão do então chefe do Estado-Maior, o Brigadeiro Olinto Paquete, “a não exoneração do resto da cadeia de comando revela sinais perturbadores e confirmam que um dos objetivos desse plano, era a destituição do Brigadeiro-general”.
O MLSTP/PSD pede ainda que “todos os militares envolvidos nestes actos macabros, uns por ação outros por omissão, sejam colocados na disponibilidade e entregues ao tribunal civil com a maior brevidade possível para serem julgados”.
No comunicado divulgado este domingo, 04, após mais uma reunião da sua Comissão Política, o MLSTP/PSD pede proteção para os militares detidos pelas Forças Armadas por considerar que os mesmos correm “sérios riscos de vida nas instalações militares”.
“Solicitamos também, que sejam protegidos os militares que corajosamente fizeram o mundo saber deste massacre, através da divulgação de vídeos e imagens”, acrescenta o comunicado da oposição são-tomense, pedindo uma investigação célere e eficaz, “para que os justos não paguem pelos pecadores”.
O partido liderado pelo ex primeiro-ministro, Jorge Bom Jesus lamentou “a falta de ação do Ministério Público e da Polícia Judiciária, que nada fizeram” desde a divulgação das imagens, “onde claramente se consegue identificar os autores materiais” da alegada agressão e tortura aos detidos que morreram no quartel das Forças Armadas.
O MLSTP-PSD lamenta que o partido do governo, a ADI “tenha inviabilizado o debate de urgência na Assembleia Nacional” onde pretendia interpelar o primeiro-ministro, Patrice Trovoada sobre os acontecimentos à volta da tentativa de golpe de estado e deixa novos apelos a comunidade internacional.
“Uma vez mais, apelamos veementemente a comunidade internacional para ser parte activa em todos os inquéritos em curso, para que os resultados sejam verdadeiramente imparciais e credíveis. Por favor, não abandonem o povo de São Tomé e Príncipe nesta hora mais negra da nossa jovem democracia” insiste o MLSTP/PSD no seu comunicado.
Entretanto, segundo fontes diplomáticas, uma missão do Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU é esperada esta semana em São Tomé e Príncipe, na sequência de maus-tratos e morte de quatro detidos sob custódia dos militares.
Vinte quatro horas depois de ter se deslocado ao Thade onde se reuniu com o presidente daquele país membro da CEEAC, o primeiro-ministro, Patrice Trovoada ausentou-se este sábado, 3, com destino a Washington, EUA, para participar na cimeira dos Líderes Estados Unidos - África, a realizar-se a 13 de dezembro.
Antes, o chefe do governo ainda exonerou as atuais chefias dos Serviços de Informação do Estado e nomeou um Tenente, oficial da Marinha como seu Ajudante de Campo.
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