Os partidos da oposição espanhola manifestaram-se em, Madrid, no domingo, 28, num último esforço para impedir uma amnistia aos separatistas catalães devido ao seu papel na tentativa de secessão de 2007.
Cerca de 45 mil pessoas atenderam ao apelo do Partido Popular para se reunirem na Praça de Espanha, no centro da capital, segundo estimativas da polícia.
O projeto de lei de amnistia, que foi imposto pelos partidos catalães como condição para concordar em apoiar a coligação do primeiro-ministro Pedro Sánchez, será apresentado terça-feira,30, à câmara baixa do parlamento espanhol.
Uma vez aprovada e promulgada, o que poderá levar vários meses, a lei bloqueará ações legais contra centenas de ativistas catalães que estão a ser investigados ou foram acusados pelo seu papel na tentativa de declaração de um Estado catalão independente em 2007.
A marcha deste domingo contou com a presença do líder do PP Alberto Nunez Feijoo e do ex-primeiro-ministro Mariano Rajoy, bem como da presidente da região de Madrid, Isabel Diaz Ayuso.
A multidão carregava inúmeras bandeiras espanholas e europeias, bem como faixas que diziam "Não à amnistia" e "Sánchez traidor".
Silvia Sobral, 64 anos, disse que veio protestar contra “este governo traidor” que quer “destruir a nação espanhola”. Ela disse que o eventual retorno de Carles Puigdemont, o ex-chefe do governo regional catalão que fugiu para a Bélgica após a secessão abortada, era “um insulto”, a menos que ele voltasse “para ir para a prisão”.
Para Diego Garcia, 72 anos, é “inaceitável” perdoar “pessoas culpadas de terrorismo puro e simples”.
O partido de extrema-direita Vox também realizou numerosos protestos contra a lei de amnistia, alguns dos quais se tornaram violentos, especialmente em frente à sede do Partido Socialista.
O governo de Sánchez obteve um voto de confiança no parlamento, em Novembro passado, para mais um mandato de quatro anos, mas a instável coligação precisa dos votos de dois partidos catalães que insistiram na lei de amnistia como preço do seu apoio.
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