Centenas de embarcações em Angola estão impedidas de pescar, há já duas semanas, devido a exigências impostas pela operação ‘’Transparência’’.
Licenças de pesca, entre os documentos em falta durante muito tempo, deixam armadores de braços cruzados.
Em Benguela, de onde armadores partem para capturar no Namibe, é visível a preocupação, tal como descrevem Moisés Vanda, agente da pesca artesanal, e colegas do mesmo ramo.
‘’A Capitania pede a documentação da navegação e o IPA (Instituto de Pesca Artesanal) exige licença de pesca. De facto é necessário, mas s dirigentes devem atenuar”, disse.
“Olhem para as consequências, está a faltar peixe e milhares de jovens estão sem trabalhar. Ninguém está a pescar, aqui, no Namibe e outras províncias’’, acrescentou o armador.
A operação ‘’Transparência’’ chega numa altura em que vem à tona a falta de cruzeiros na costa, através dos quais pode ser aferido o nível da biomassa das várias espécies, uma vez que o navio de pesquisa, segundo noticia o Jornal de Angola, sofreu três avarias após ter sido adquirido por80 milhões de dólares.
Ainda antes desta polémica, já o presidente da Associação de Pescas de Benguela, Arnaldo Vasconcelos, a propósito do debate sobre a produção interna, questionava a falta de investigação científica.
‘’É a partir da investigação científica, das avaliações dos recursos biológicos e aquáticos que se fazem definições em relação ao futuro”, disse.
Podemos ver quais as acções primárias e secundárias, no quadro deste plano de substituição das importações e incremento da produção nacional’’, acrescentou
Angola chegou a obter níveis de capturas na ordem de 750 mil toneladas de pescado por ano na década de 90, mas a actualidade mostra uma cifra de 300 mil toneladas anuais.