Vários cidadãos de Malanje e províncias limítrofes estão privadas de consultas de optometria e aquisição de óculos graduados a baixos preços com o enceramento do projecto “Embaixador da Visão” da Cáritas Diocesana local com a empresa francesa Essilor Angola.
O encerramento deu-se no âmbito da Operação Resgate.
O coordenador de projectos daquela agência humanitária da Igreja Católica, Carlos Ferras, revelou que a suspensão das actividades aconteceu no dia 17 Dezembro.
“Eles constataram que não tínhamos um licenciamento para poder executar este projecto, as autoridades tinham que licenciar o projecto, este é um caso”, disse Ferras.
De Setembro a Dezembro, antes do fecho do projecto itinerante, foram assistidas mais de 1.500 pessoas nas consultas de optometria no município de Malanje, das quais 928 tiveram acesso a óculos.
“A Cáritas achou que deveria pedir uma contribuição às pessoas de mil kwanzas para ter acesso à consulta e a Essilor Angola estipula um preço de seis mil kwanzas para ter acesso aos óculos”, explicou, defendendo que a Essilor Angola acha ser necessário que o projecto seja sustentável porque hoje a empresa tem essa capacidade de poder, mas amanhã poderá não a ter”.
Os constrangimentos provocados pelo encerramento do “Embaixador da Visão” são visíveis no seio dos cidadãos mais carentes, como disse Inácio Quivila Vintém, para quem o Governo devia apoiar a iniciativa.
O projecto “Embaixador da Visão”, que funciona nas províncias de Luanda, Bengo e Bié, está instalado em 38 países da África, incluindo a África do Sul, Botswana, Namíbia, Quénia e Etiópia com elevados padrões nos serviços de saúde.