As forças de manutenção da paz da ONU retiraram-se antecipadamente do seu acampamento em Tessalit, no norte do Mali, porque as suas "vidas estavam em perigo", informou a missão das Nações Unidas no domingo.
No sábado, as tropas malianas tomaram conta do acampamento de Tessalit, informou o exército nas redes sociais, a primeira entrega na região de Kidal, onde os confrontos com grupos armados se intensificaram recentemente.
A retirada da Missão de Estabilização das Nações Unidas no Mali (MINUSMA), após 13 anos, suscitou o receio de uma intensificação dos combates entre as tropas e as facções armadas pelo controlo do território.
A retirada foi efetuada "num contexto de segurança extremamente tenso e degradado, pondo em perigo a vida do pessoal", de acordo com um comunicado da MINUSMA recebido no domingo.
O pessoal da ONU já tinha sido "forçado a abrigar-se em bunkers várias vezes devido a tiroteios", refere o comunicado.
O comunicado dá o exemplo do dia 19 de outubro, quando os tiros atingiram um avião de transporte C130 quando aterrava em Tessalit. Não se registaram feridos ou danos graves.
Antes de abandonar a base, a MINUSMA afirmou ter tomado "a difícil decisão de destruir, desativar ou colocar fora de serviço equipamento dispendioso, como veículos, munições, geradores e outros artigos".
O último comboio deixou Tessalit no sábado, por estrada, em direção a Gao, a maior cidade do norte do Mali.
A junta no poder do Mali, que tomou o poder em 2020, tinha exigido em junho que a missão partisse, apesar de estar a braços com o jihadismo e com uma crise violenta.
A retirada de cerca de 11.600 soldados e 1.500 polícias deverá prolongar-se até 31 de dezembro e tem exacerbado as rivalidades entre os grupos armados presentes no norte do país.
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