Equipas das Nações Unidas receberam relatos "preocupantes" de que a Tanzânia rejeitou mais de mil pessoas que buscavam refúgio, após o alegado ataque do Estado Islâmico contra a vila de Palma, norte de Moçambique, disse na terça-feira a agência de refugiados da ONU, ACNUR.
O ataque de 24 de Março, não muito distante dos empreendimentos de gás no valor de 60 biliões de dólares americanos, provocou a fuga de moradores da cidade em todas as direções, alguns para a floresta densa, enquanto outros escaparam de barco.
Alguns seguiram para o norte, em direção à Tanzânia, disseram trabalhadores humanitários.
"Equipas do ACNUR ... receberam relatos preocupantes de população deslocada de que mais de mil pessoas que fugiam de Moçambique e tentavam entrar na Tanzânia não foram autorizadas a cruzar a fronteira para pedir asilo", disse a agência da ONU em comunicado.
“O ACNUR apela aos vizinhos de Moçambique para que permitam o acesso ao território e procedimentos de asilo aos que escapam da violência e procuram protecção”, lê-se no documento
Palma, na província de Cabo Delgado, fica perto da fronteira norte de Moçambique com a Tanzânia.
O ACNUR havia dito anteriormente à Reuters que não tinha acesso à fronteira ou áreas afectadas. Não foi possível, de imediato, obter o comentário das autoridades tanzanianas.
Na semana passada, um barco com 45 moçambicanos em fuga atracou na Tanzânia, onde um líder comunitário local disse que tinham recebido comida e abrigo.
O ACNUR disse que o ataque a Palma forçou pelo menos 11 mil pessoas a saírem da área, com outras milhares ainda presas lá. Civis têm chegado a áreas de relativa segurança mais a sul, a pé, de avião, de estrada e de barco.
Os militares disseram, no domingo, que Palma está agora "completamente segura", enquanto a imprensa local que visitou a cidade disse que alguns cidadãos começaram a retornar.
No entanto, a extensão total das vítimas e deslocados do ataque permanece desconhecida.