As autoridades israelitas recusam as tentativas de fazer chegar ajuda humanitária ao norte de Gaza, afirma o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA). As Nações Unidas frisam que a escassez de combustível está a colocar a vida dos palestinianos em risco.
Apenas 10 dos 21 movimentos humanitários planeados foram facilitados pelas autoridades israelitas. Sete foram recusadas, três foram impedidas e uma foi cancelada devido a problemas de segurança e logísticos, disse o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, numa conferência de imprensa, em Nova Iorque.
De acordo com a OCHA, os fornecedores de telecomunicações palestinianos alertaram que os seus serviços podem começar a ser encerrados este sábado, 11, devido à escassez de combustível.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) avançou ainda que o Hospital Al Awda, o último hospital a funcionar parcialmente em Gaza Norte, corre riscos de funcionamento sem acesso a combustível e "material médico essencial".
A OMS diz que tem estar a tentar prestar ajuda a Al Awda, mas que "as estradas danificadas e o acesso insuficiente por parte das autoridades israelitas tornaram impossível chegar em segurança aos hospitais afectados".
Um novo relatório da OCHA indica que durante a primeira semana deste ano, "as forças israelitas mataram três palestinianos, incluindo uma criança, e feriram outros 38 em toda a Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental".
"Só este ano, mais de 50 palestinianos da Cisjordânia foram deslocados devido a demolições de casas, a maioria em Silwan, em Jerusalém Oriental", aponta a organização das Nações Unidas.
Hamas diz que destino de refém depende de Netanyahu
O grupo militante palestiniano Hamas afirmou este sábado que o destino de um refém detido em Gaza depende do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, um dia depois de a mulher do prisioneiro ter apelado ao grupo para uma prova de vida.
Sharon Cunio dirigiu-se diretamente ao grupo, em árabe, num vídeo divulgado na sexta-feira, pedindo um sinal de que o seu marido David ainda estava vivo, mais de 450 dias depois de ter sido levado para o território palestiniano.
Cunio tinha também sido raptada juntamente com outras 250 pessoas a 7 de outubro de 2023, mas foi libertada no mês seguinte, juntamente com as suas filhas gémeas, durante a única e breve trégua na guerra que dura há mais de 15 meses.
O braço armado do Hamas afirmou no sábado que, desde a libertação de Sharon, a pressão militar israelita tinha aumentado e que o seu marido “foi morto, ferido ou (está) de boa saúde”. “Netanyahu ainda não decidiu. O tempo está a esgotar-se”, acrescentaram as Brigadas Ezzedine al-Qassam.
Têm estado em curso negociações que visam pôr fim à guerra devastadora e libertar os restantes reféns, tendo a última ronda começado no passado fim de semana no Qatar.
Mas tanto o Hamas como Israel têm-se acusado repetidamente de tentar fazer descarrilar as conversações indirectas.
Atualmente, há 94 reféns ainda detidos em Gaza, incluindo 34 cuja morte foi confirmada pelo exército israelita.
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