Apenas oito indivíduos, todos homens, possuem tanto dinheiro quanto a metade mais pobre da população mundial, disse nesta segunda-feira a organização não-governamental Oxfam num relatório citado pela Reuters.
A organização pede no mesmo relatório acções para a redução dos ganhos dos que já estão no topo.
O relatório é divulgado na semana em que políticos e bilionários juntam-se no reúnem Fórum Econômico Mundial, em Davos.
A Oxfam baseou seus cálculos em dados do banco suíço Credit Suisse e da Forbes.
E os oito indivíduos são Bill Gates; Amancio Ortega, fundador da Inditex; o investidor veterano Warren Buffett; o magnata mexicano Carlos Slim; o chefe da Amazon, Jeff Bezos; Mark Zuckerberg, do Facebook; Larry Ellison, da Oracle, e o ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg.
A Oxfam diz que a desigualdade de rendimento está maior do que nunca, com novos dados para China e Índia indicando que a metade mais pobre da população mundial possui menos recursos do que anteriormente estimado.
Segundo reportagem da Reuters, a Oxfam, que descreve a desigualdade como “obscena”, disse que se os novos dados estivessem disponíveis antes, teriam mostrado que, em 2016, oito pessoas possuem o mesmo que os 3.6 mil milhões que compõem a metade mais pobre da humanidade. Antes, era estimado que 62 pessoas correspondessem a essa parcela da população.
No relatório, a Oxfam pede o fim da evasão fiscal e uma mudança no chamado capitalismo accionário “sobrecarregado”, que recompensa desproporcionalmente os ricos.
Enquanto muitos trabalhadores lutam com rendimentos estagnados, a riqueza dos super ricos tem crescido uma média de 11 por cento ao ano desde 2009.
Bill Gates, homem mais rico do mundo e rotineiro frequentador de Davos, viu a sua fortuna crescer em 50 por cento, ou 25 mil milhões de dólares, desde que anunciou planos de deixar a Microsoft em 2006, apesar de seus esforços de se desfazer de grande parte dessa riqueza.
Embora Gates exemplifique como a riqueza excessiva possa ser reciclada para ajudar os pobres, a Oxfam acredita que a “grande filantropia” não ajuda a solucionar o problema fundamental.