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OGE para 2025 aprovado na generalidade com votos contra da UNITA


Vista lateral da Assembleia Nacional de Angola, Luanda
Vista lateral da Assembleia Nacional de Angola, Luanda

MPLA diz que vai servir as famílias angolanas e a oposição afirma que promove a corrupção, o peculato e a impunidade

A Assembleia Nacional de Angola aprovou nesta sexta-feira, 15, na generalidade, a proposta de lei do Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2025 com os votos favoráveis do MPLA, no poder, e do Partido Humanista de Angola (PHA), na oposição, e votos contra da UNITA, o maior partido na oposição.

A votação registou três abstenções, dos deputados do Partido de Renovação Social (PRS) e a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA).

Nos debates, a UNITA justificou o voto contra por considerar que o OGE não serve o povo e" subverte as prioridades de erradicação da fome e da pobreza", enquanto o MPLA afirmou que vai ao encontro dos principais desafios sentidos pelas famílias angolanas.

"Este não é um orçamento feito para o povo e no interesse do povo, este é o orçamento da inversão das prioridades e da subversão da Constituição, a Constituição manda erradicar a pobreza, eliminar a fome, tornar universais e gratuitos os cuidados primários de saúde", disse o presidente do grupo parlamentar do partido do "galo negro".

"Orçamento dos amigos da Frelimo"

Liberty Chiyaka afirmou ainda que “este não é o Orçamento de um Estado democrático e plural que respeita a soberania popular e que está empenhado em servir os angolanos", mas promove a corrupção, o peculato e a impunidade e apresenta um défice estrutural que alimenta operações de branqueamento de capitais e a insustentabilidade das finanças públicas.

Após descrever o que denominou de "50 verdades sobre o OGE 2025", Chiyaka classificou a proposta do Governo como "Orçamento dos amigos da Frelimo para financiar fraudes eleitorais e golpes constitucionais em Angola e Moçambique".

Por seu lado, o líder da bancada maioritária do MPLA afirmou que o OGE vai resolver "problemas concretos das famílias e empresas, embora reconheça que que nenhum orçamento satisfaz todas as necessidades".

“Talentos parasitários"

Joaquim dos Reis Júnior disse que a proposta "traça um caminho claro para um futuro de mais oportunidades, desenvolvimento e inclusão e representa o reconhecimento de que, para que Angola prospere, é fundamental criar condições que estimulem a iniciativa privada, promovam o empreendedorismo e alavanquem a capacidade produtiva nacional”.

Aquele parlamentar justificou o voto do MPLA por ser um Orçamento que "vai ao encontro dos principais desafios sentidos pelas famílias angolanas e pelas empresas presentes em Angola, identifica, enfrenta e propõe-se resolver problemas concretos".

Na sua declaração política, Reis Júnior chamou os deputados da UNITA de “talentos parasitários, que limitam-se a criticar” e criticou o comportamento deles aquando do discurso sobre o Estado da nação do Presidente da República.

No debate, o Partido Humanista de Angola (PHA), que votou a favor reconheceu que a situação do país é muito dificil.

O Partido de Renovação Social (PRS) e a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), todos na oposição, também deploraram a atual situação social do país, consideraram que a "pobreza aliada a fome é real e pedirtam aos governantes uma "introspeção" em torno do percurso de Angola em quase 50 anos de independência.

Na apresentação da proposta, o ministro de Estado para a Coordenação Económica afirmou que o OGE 2025 prevê ações concretas de proteção das famílias, dos rendimentos e que promovem o crescimento económico.

José de Lima Massano anunciou a adoção do Plano Nacional de Alimentação Escolar, que vai reforçar o programa da merenda escolar.

Depois da aprovação na generalidade, o OGE vai ser analisado e votado na especialidade antes de regressar à plenária para a votação final em dezembro.

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