Em Cabo Verde, há passos para a oficialização do crioulo, mas o investigador Marciano Moreira afirma, neste Dia Internacional da Língua Materna, que falta vontade política para a aceleração do processo.
No país, algumas personalidades defendem maior valorização da língua nacional, enquanto outras entendem que deve ser reforçado o ensino de línguas estrangeiras nomeadamente, português, inglês, francês e outras.
O investigador, Marciano Moreira afirma que já se promoveram vários debates a volta dessa questão, com muitos subsídios apresentados, mas ainda não houve vontade política para a oficialização da língua cabo-verdiana.
Moreira considera que não faz sentido uma pessoa na sua própria terra ser obrigada a falar uma língua que não domina bem, “muitas vezes acaba por ser objecto de gozo pelas dificuldades comunicacionais em português”.
Daniel Medina, professor universitário, entende que a língua cabo-verdiana é praticamente oficializada, porquanto a maior parte da população pensa e expressa em crioulo.
Em termos da tomada de uma decisão política, o também analista político realça a necessidade de se criarem mecanismos que permitam preparar professores e outros instrumentos para o ensino da língua cabo-verdiana nas escolas.