Em Benguela, cerca de 1200 jovens foram atirados para o desemprego com a conclusão de projectos executados pela Odebrecht.
Os despedimentos, que vinham ocorrendo desde 2013, afectando mais de 500 trabalhadores numa primeira fase, conhecem agora um quadro que o Sindicato da Construção classifica de dramático.
Só com a terceira fase do Projecto de Águas de Benguela, terminada que está a reabilitação de estradas, a construtora brasileira conta somente com 13 funcionários.
A construtora Odebrecht chegou à província de Benguela há pouco mais de 10 anos, quando deu início ao Projecto de Águas, agora na terceira e última fase de execução.
De lá para cá, viu aumentar a sua carteira de empreitadas, em grande medida devido a iniciativas como a reabilitação de rodovias e ao projecto de infra-estruturas públicas.
Os primeiros sinais de aperto começaram a ser sentidos há dois, altura em que surpreendeu o Sindicato dos trabalhadores da Construção com o anúncio do despedimento de quase 700 empregado.
Agora, com o Governo sem dinheiro para manter os altos voos, é forçada a fechar as suas instalações.
O secretário-geral do referido sindicato, Albano Caley, admite que existam razões plausíveis, mas ressalta que a vida de centenas de jovens será dramática, ainda que tenham sido indemnizados.
O sindicalista acredita que outras empresas venham a ser forçadas a agir da mesma forma.
Com as instalações fechadas, já que se apresta a vender o seu equipamento, a Odebrecht não pôde ser consultada pela VOA.
Resta saber as condições para concluir a fase derradeira do Projecto de Águas, tendo em conta as dificuldades impostas pelo contexto actual.