Um conceituado arquitecto de Benguela alerta para o que chama de falta de transparência em processos de execução de obras públicas. Conhecedor do mercado, o professor universitário Felisberto Amado, antigo funcionário da Direcção Provincial das Obras Públicas, aponta como exemplo o projecto de asfaltagem de vias que ligam a periferia ao centro da cidade. O académico refere que as chuvas tratarão de descortinar insuficiências em empreitadas que absorveram largos milhões de dólares norte-americanos.
Actualmente ao serviço do Instituto Superior Politécnico da Universidade Católica, Felisberto Amado lembra que o mundo da construção civil continua a ser uma das fontes do enriquecimento ilícito. De acordo com o arquitecto, os agentes nele envolvidos parecem indiferentes à falta de sustentabilidade em iniciativas bastante caras para os cofres do Estado.
Uma destas benfeitorias, avaliada em mais de dois biliões de Kwanzas, é o projecto de reabilitação de estradas periféricas, fiscalizado pela Horizonte Global. Aqui chegado, Felisberto Amado aponta vários pontos de estrangulamento.
Refira-se que, por incrível que pareça, nem mesmo o director das Obras Pública, António Rego consegue falar dos critérios para a eleição da Horizonte Global, empresa que monitoriza a venda de terrenos para a construção de casas de alto padrão.