No seu primeiro discurso sobre o Estado da União em 2009 o Presidente Barack Obama descreveu uma situação sombria, com uma enorme crise financeira e económica e o país dividido entre republicanos e democratas.
Esta noite no seu sétimo discurso, o último, Obama poderá dizer que a crise passou, mas a divisão partidária continua se é que não se agravou.
Consciente das opções legislativas limitadas que existem com o Congresso controlado pelos republicanos, a Casa Branca indicou que Obama vai fazer uso do discurso para falar mais dos desafios económicos a que a América faz face no futuro.
Obama irá tentar contrariar o pessimismo de que tanto se ouve falar na campanha dos candidatos à presidência do Partido Republicano, indicou o porta-voz da casa branca Josh Earnest.
“Muita da retórica que ouvimos do outro lado é sobre os receios do futuro e sobre a ansiedade e insegurança num mundo em mudança”, disse Earnest, acrescentando que "Os Estados Unidos estão em melhor posição do que qualquer outro no mundo para poder tirar proveito das oportunidades que estão à nossa frente”.
Esta ideia foi também reiterada por Denis McDonough, chefe de gabinete da Casa Branca que, numa entrevista ao New York Times, disse que o Presidente vai centrar-se no potencial que existe para a América e “no que o país pode fazer quando envolvemos todos no sistema, quando todos estão envolvidos na democracia”.
Obama deverá assim fazer uso da sua retrica optimista e de grande inspiração da sua campanha de 2008 para apelar aos americanos a, em conjunto, encontrarem soluções politicas para o país.
Mas isto não significa que o Presidente irá ignorar o que alcançou desde que assumiu a presidência em Janeiro de 2009.
É de prever que ele sublinhe os 14 milhões de postos de trabalho criados desde então e ainda sucessos diplomáticos, como o reatamento das relações com Cuba, o acordo nuclear com o Irão e o acordo sobre mudanças climáticas
Mas Obama deverá também abordar a questão do terrorismo e a luta contra o grupo Estado Islâmico, questões nas quais ele têm sido alvo de fortes críticas.
Mathew Dallek, professor de política na Universidade George Washington afirmou que o Presidente "fará haverá uma defesa daquilo que fez na luta contra o Estado Islâmico e talvez também uma crítica à ideia de que podemos simplesmente enviar tropas para o Iraque e Síria para resolver o problema ou que podemos resolvê-lo problema através de bombardeamentos.”
Como é da tradição, o Partido Republicano dará uma resposta ao discurso do Presidente.
Hoje, falará a governadora do Estado da Carolina do Sul Nikki Haley que alguns analistas vêm como uma possível candidata à vice-presidência por parte do Partido Republicano