Em entrevista à Voz da América, no programa “Fala África,” o rapper e presidente da Nexta Vida Entertainment, Pier Dogg, falou sobre o hip hop em Moçambique.
Para o empreendedor existem quatro fatores preponderantes para que o hip hop continue a se desenvolver e alcançar patamares mais altos no país.
O primeiro depende do Governo, mais especificamente do Ministério da Cultura e Turismo. Pier Dogg explicou que quando se fala de música, ou da cultura moçambicana de forma geral, ainda não existe uma indústria cultural, ou uma indústria da música, não existem ações ou estruturas para dar apoio.
“Não havendo essa indústria, isso é um calcanhar de Aquiles para a comunidade hip hop se sobressair ainda mais.”
O segundo depende da media moçambicana, a qual dá espaço à música internacional ao invés de tocar músicas nacionais.
“A meu ver, a media moçambicana, não tem desempenhado o seu verdadeiro papel e, obviamente, também contribui negativamente para que o hip hop atinja outros patamares. Digo isso porque raras vezes tu ligas uma televisão ou uma rádio e escutas o hip hop. Estou a falar do hip hop no geral, não só do comercial”.
O terceiro é a sociedade ou o povo moçambicano. Como o Governo e a media não estão desempenhando o seu papel, o povo se vê obrigado a apreciar o que é internacional. “Isso de certa forma faz com que a música moçambicana, o hip hop moçambicano, não se sobressaia ainda mais.”
Por último, está o artista, que tem que fazer de tudo para se destacar. O artista entra no meio musical por vontade própria, então precisa correr atrás, ser proactivo e isso falta nos artistas, explicou o empreendedor: “Com a proactividade eu acho que conseguimos chegar lá apesar das barreiras que existem”.