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O desafio da paz que Dhlakama "deixou" a Nyusi


Filipe Nyusi (esq) e Afonso Dlhakama (dir) na Gorongosa
Filipe Nyusi (esq) e Afonso Dlhakama (dir) na Gorongosa

Analistas consideram que morte de Dhlakama fragiliza tanto a Renamo como a Frelimo

Em alguns círculos de opinião, em Moçambique, acredita-se que a morte de Afonso Dhlakama não só fragiliza a Renamo como também a Frelimo e, particularmente, o Presidente Filipe Nyusi porque o diálogo político era o único processo que ele liderava com sucesso.

O desafio da paz que Dhlakama "deixou" a Nyusi
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Afonso Dhlakama morre quando já tinha acordado com Filipe Nyusi o pacote sobre a descentralização, num processo que obrigou o Chefe de Estado moçambicano a deslocar-se a Gorongosa para negociar pessoalmente com o líder da Renamo.

Esse gesto e o facto de ter forçado Afonso Dhlakama a parar com os ataques armados fizeram com que Nyusi fosse considerado "um lutador incansável" pela paz em Moçambique.

"Este foi o único processo que o Presidente Nyusi liderou com sucesso", considera o analista António Sitoi.

Entretanto, Dhlakama morre sem que tenha sido assinado um acordo formal sobre os consensos alcançados com o estadista moçambicano, o que para alguns analistas "fragiliza ainda mais Filipe Nyusi, que tem também a questão das chamadas dívidas ocultas por resolver".

O país vai entrar num ciclo eleitoral a partir de Outubro próximo e, para o analista Constantino Marrengula, o momento não é bom para a Frelimo, como partido no poder, porque a situação económica não ajuda.

"A economia até tem crescido, mas não está a conseguir resolver questões fundamentais como a pobreza, o desemprego dos jovens e a situação ainda não totalmente explicada das dívidas ilegais", destaca aquele analista.

Outros observadores dizem, no entanto, que a Renamo ficou muito fragilizada com a morte do seu líder e precisa de se reiventar, tendo em vista as próximas eleições.

Refira-se que a Renamo anunciou pretender reunir-se, em breve, para analisar a questão da descentralização.

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