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Níger perde apoio financeiro do ocidente


Uma imagem de vídeo obtida pela AFP junto da ORTN-Télé Sahel, a 28 de julho de 2023, mostra o general Abdourahamane Tchiani, que tomou o poder no Níger.
Uma imagem de vídeo obtida pela AFP junto da ORTN-Télé Sahel, a 28 de julho de 2023, mostra o general Abdourahamane Tchiani, que tomou o poder no Níger.

União Europeia cortou a ajuda financeira. Estados Unidos ponderam fazer o mesmo

A União Europeia cortou o apoio financeiro ao Níger e os Estados Unidos ameaçaram fazer o mesmo, depois de os líderes militares terem anunciado esta semana que tinham derrubado o Presidente democraticamente eleito, Mohamed Bazoum.

O Níger é um dos países mais pobres do mundo, recebendo cerca de 2 mil milhões de dólares por ano em ajuda pública ao desenvolvimento, de acordo com o Banco Mundial.

É também um parceiro de segurança fundamental dos países ocidentais, como a França e os Estados Unidos, que o utilizam como base para os seus esforços de contenção de uma insurreição islamista na região do Sahel, na África Ocidental e Central. Anteriormente visto como o país mais estável entre vários vizinhos instáveis, o Níger é o sétimo maior produtor mundial de urânio.

Até à data, os aliados estrangeiros do Níger têm-se recusado a reconhecer o novo governo militar liderado pelo general Abdourahamane Tchiani, antigo chefe da guarda presidencial, que foi declarado chefe de Estado na sexta-feira.

Não se ouviu falar de Bazoum desde o início de quinta-feira, quando foi confinado no palácio presidencial, embora a União Europeia, a França e outros países afirmem que ainda o reconhecem como o Presidente legítimo.

Apoiantes das forças de defesa e segurança nigerinas reúnem-se durante uma manifestação diante da assembleia nacional em Niamey, a 27 de julho de 2023
Apoiantes das forças de defesa e segurança nigerinas reúnem-se durante uma manifestação diante da assembleia nacional em Niamey, a 27 de julho de 2023

"Para além da cessação imediata do apoio orçamental, todas as acções de cooperação no domínio da segurança são suspensas por tempo indeterminado com efeito imediato", afirmou o chefe da política externa da UE, Josep Borrell, num comunicado.

O Níger é um parceiro fundamental da União Europeia para ajudar a travar o fluxo de migrantes irregulares da África subsariana. A UE tem também um pequeno número de tropas no Níger para uma missão de treino militar.

A UE atribuiu 554 milhões de dólares do seu orçamento para melhorar a governação, a educação e o crescimento sustentável no Níger em 2021-2024, de acordo com o seu site oficial.

Os Estados Unidos têm duas bases militares no Níger, com cerca de 1100 soldados, e também fornecem centenas de milhões de dólares ao país em ajuda à segurança e ao desenvolvimento.

"A assistência muito significativa que temos em vigor para as pessoas no Níger está claramente em perigo", disse o Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken. O apoio dos EUA depende da continuação da governação democrática, disse ele.

As Nações Unidas afirmaram que o golpe de Estado não afectou as suas entregas de ajuda humanitária.

Não se sabe ao certo qual o apoio que a junta militar tem entre a população do Níger. Algumas multidões apoiaram Bazoum na quarta-feira, mas no dia seguinte os apoiantes do golpe manifestaram-se nas ruas.

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, ou CEDEAO, vai realizar uma cimeira de emergência na Nigéria no domingo para discutir a situação.

Após uma reunião de emergência na sexta-feira, o Conselho de Paz e Segurança da União Africana emitiu uma declaração exigindo que os militares regressem às suas casernas e restabeleçam a ordem constitucional no prazo de 15 dias. A UA não disse o que aconteceria depois disso.

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