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Não há transparência no Orçamento de Estado, diz o CIP


Metical, moeda de Moçambique
Metical, moeda de Moçambique

O Governo de Moçambique deverá submeter ao Parlamento, até 30 de Setembro corrente, a proposta de Orçamento de Estado para 2021, que, entretanto, está a ser criticada pelo Centro de Integridade Pública (CIP) por falta de transparência e apresentar uma informação muito limitada para o escrutínio público.

Não há transparência no Orçamento de Estado, diz o CIP
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De acordo com uma pesquisa realizada pela International Budget Partnership, em parceria com o CIP, Moçambique subiu apenas um ponto em termos de transparência orçamental, entre os anos 2017 e 2019, passando de 41/100 para 42/100, abaixo da África do Sul e do Zimbabwe, com 87 e 49 pontos, respectivamente.

Para o CIP, a proposta de Orçamento de Estado continua a apresentar uma informação limitada para o escrutínio público, apesar da aprovação, pelo Conselho de Ministros, duma resolução atinente ao cenário fiscal de médio prazo de 2021 a 2023.

A pesquisadora do CIP, Leila Constantino, diz que a resolução poderá abrir espaço para que haja melhorias no documento de fundamentação da proposta orçamental para o próximo ano.

Contudo, ela defende que para melhorar a transparência, a resolução do Conselho de Ministros deve reflectir as projecções do cenário fiscal de médio prazo, e um alinhamento entre a proposta de Orçamento de Estado e o Plano Quinquenal do Governo.

Sem indicadores claros

Segundo a pesquisadora, o alinhamento da Proposta de Orçamento de Estado para 2021 deve ser também com o Plano Quinquenal do Governo e o Plano Económico e Social, "com base em indicadores claros que facilitem a monitoria do alcance das metas e dos recursos a serem despendidos".

"As rúbricas orçamentais apresentadas devem fazer parte de um sistema de contas internacionalmente reconhecido", recomendou aquela pesquisadora.

Para Leila Constantino, o facto de a apresentação das rubricas não adoptar um sistema de contas reconhecido internacionalmente, dificulta, em grande medida, a interpretação das cifras dum ponto de vista económico.

"O saldo primário deve ser um indicador chave, ao analisar as políticas do Governo, que estão em falta em Moçambique", realçou a pesquisadora, acrescentando que as operações relacionadas com as dívidas, internas e externas, devem ser apresentadas de forma lógica, para identificar, claramente, as amortizações e o défice fiscal".

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