Não há nenhum cidadão cabo-verdiano entre os 25 migrantes resgatados na costa do Estado brasileiro do Maranhão no sábado, 19.
As autoridades brasileiras continuam a tentar conhecer os meandros do caso que configura tráfico humano.
O barco saiu de Cabo Verde, onde, segundo as autoridades brasileiras, ele terá sido comprado por dois brasileiros, responsáveis pelo transporte dos cidadãos para o Brasil.
Em declarações à VOA, a conselheira da embaixada de Cabo Verde em Brasília, Fátima Almeida, garantiu que "não há cabo-verdianos entre os resgatados".
"As autoridades confirmaram que não há cabo-verdianos e agora aguardamos mais informações porque, em príncipio, o barco saiu de Cabo Verde e temos responsabilidades nesta área", sublinhou Almeida.
Informações prestadas pela polícia federal brasileira indicam que cada um dos 25 cidadãos pagou 1.200 dólares para que os donos do barco os levassem ao Brasil à procura de trabalho.
Um dos integrantes da Guiné-Conacri disse a jornalistas que apenas "procurava trabalho para sustentar a família".
Por agora, as autoridades brasileiras garantem estar a dar apoio médico e psicológico aos imigrantes que, segundo as primeiras informações, são da Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Guiné-Conacri.
A ideia era seguir para o sul e depois, por terra, chegar às grandes metrópoles, como São Paulo e Rio de Janeiro.
Luís André Lima, delegado da Polícia Federal no Estado do Maranhão, revela que a corporação vão entrevistar os imigrantes antes de decidir o seu destino.
"Eles estão no ginásio e vamos entrevistar a todos", garantiu.
Os dois brasileiros responsáveis pela travessia foram já acusados do crime de tráfico humano.
O barco saiu de Cabo Verde a 16 ou 17 de Abril e a 120 quilómetros da costa do Brasil ficou à deriva até ser resgado por um pesqueiro brasileiro no passado sábado.