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ANGOLA FALA SÓ: Nzita Tiago contesta sociedade civil e ataca Massanga


Nzita Henriques Tiago, líder histórico da FLEC
Nzita Henriques Tiago, líder histórico da FLEC

O líder histórico da FLEC, Nzita Henriques Tiago, e o Padre Raúl Tati, a mais destacada figura da sociedade civil cabindesa, debateram-se num frente-a-frente informal, durante o programa Angola Fala Só, da Voz da América.

Nzita Tiago também atacou o líder de uma facção dissidente, Afonso Massanga, como um dos que "andam por ali a se aproveitar do suor dos outros" e de quem disse que "deram-te o diploma da 4ª classe e vai dizer 'sou líder político'".

Tiago era o convidado especial do programa Fala Só, mas aproveitando uma passagem por Washington de Tati e outros cabindeses - que vieram participar numa reunião da Chevron - a Voz da América convidou-o a estar no estúdio.

Raul Tati, ex-vigário geral de Cabinda
Raul Tati, ex-vigário geral de Cabinda

Raul Tati interpelou Nzita Tiago sobre as razões porque nomeou uma embaixadora de bons ofícios como intermediária com o regime Angola, Khendrah Silveribridge. Perguntou se confiava nela e porque escolheu uma pessoa cujas declarações sobre Cabinda foi obrigado a desmentir.

Tati notou a contradição entre as declarações de Silverdbridge à revista Jeune Afrique, segundo as quais Nzita já "não quer independência, nem autonomia, nem petróleo", e a reafirmação, que o líder da FLEC fez no programa, de que pretende a independência.

Nzita Tiago, disse ter telefonado à revista francesa a corrigir as declarações de Silverbridge e afirmou que "não fez qualquer comunicado a dizer que não quer a independência". Adiantou que ainda não conseguira falar com ela para esclarecer as polémicas declarações.

O líder histórico da FLEC contestou, ainda, o papel e Tati e restante sociedade civil - que descreveu, jocosamente, como "seminaristas, intelectuais e universitários" - na organização de um encontro inter-cabindês para acerto de uma posição comum no diálogo com o governo de Angola.

Tiago acusa Tati de ter estado em Paris, com Agostinho Chicaia, Belchor Lanzi e um pastor angolano, para preparar esse encontro, mas de nunca o ter realizado apesar de um pastor angolano se ter predisposto a financiá-lo.

Exigiu, ainda, ser tratado como líder agregador dos cabindas contestando a sociedade civil cabindesa por esta pretender tomar posições independentes da FLEC.

Raul Tati lembrou que foi preso, julgado e condenado em 2010 por causa da reunião de Paris, para preparar o diálogo inter-cabindês, processo que, disse, foi paralisado devido a vários problemas. Acrescentou que a sociedade civil tem o direito a iniciativas diferentes da FLEC, o que levou Tiago a contestá-lo, rindo em altas gargalhadas.

"Você diz que cada um tem o seu programa... Qual é o vosso programa?", perguntou Nzita.

"As minhas posições são públicas e claras e estive na cadeia a pagar por isso", respondeu Tati afirmando: "Sempre defendi a independência".


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