Muitos dos actuais governadores provinciais em Moçambique, alguns dos quais fazem parte da governação desde o consulado de Armando Guebuza, não vão ser cabeças-de-lista da Frelimo para as eleições de Outubro,o que para alguns analistas significa uma tentativa do Presidente Filipe Nyusi de romper com o passado face aos desafios de uma sociedade em transformação.
Ficaram de fora os históricos Abdul Razak, da Zambézia, Alberto Mondlane, de Sofala, Paulo Awade, de Tete, Raimundo Diomba, de Maputo e Víctor Borges, de Nampula, que estão na governação há vários anos. Quase todos eles vão ser substituidos por jovens e mulheres.
Filipe Nyusi indicou Judite Massengele, para Niassa, Valygi Tualibo, Cabo Delgado, Manuel Rodrigues, Nampula, Pio Matos, Zambézia, Domingos Viola, Tete, Francisca Tomás, Manica, Lourenço Bulha, Sofala, Daniel Chapo, Inhambane, Margarida Mapenzene, Gaza, e Júlio Parruque, Maputo.
O analista Laurindos Macuácua diz haver uma tentativa de romper com o passado e sublinha que estas escolhas foram forçadas porque as próximas eleições vão ser complicadas para a Frelimo, abalada por escândalos de corrupção e das dívidas ocultas.
"O facto de muitos dos cabeças-de-lista serem jovens vai fazer com que as eleições sejam mais interessantes porque não haverá pesos pesados, que normalmente partem para a corrida eleitroral em situação de vantagem", considera Manuel Alves.
Estas eleições ocorrem numa altura em que algumas pessoas questionam o tempo da permanência da Frelimo no poder, para além do facto dela própria ter que fazer face a exigências de uma sociedade em transformação.
Na opinião de alguns analistas, as escolhas de Filipe Nyusi traduzem o facto dele estar a sentir o peso da transformação da sociedade, ligada à circunstância de Moçambique contar já com uma massa crítica bastante forte, como explica Elton Cadeado.
Entretanto, para Egídio Vaz a “Frelimo está num processo de renovação generacional”.