O Presidente moçambicano condenou “veementemente” o ataque contra o jornal Canal de Moçambique que deixou em ruinas a redação daquele meio de comunicação, ontem em Maputo, e disse ter dado ordens para levar os seus autores à justiça.
“Condeno veementemente os ataques ao Canal de Moçambique perpetrados por desconhecidos na noite de ontem, dia 23 de agosto de 2020. A liberdade de imprensa é um pilar da democracia e conquista dos moçambicanos que deve ser protegida”, escreveu Filipe Nyusi na sua página do Facebook nesta segunda-feira, 24.
O Chefe de Estado acrescentou ter instruído “as autoridades a investigar e trazer os perpetradores à barra da Justiça”.
O incêndio que deixou em ruínas a redação de um mais críticos jornais ao Governo, particularmente no campo da corrupção, foi criticado por vários setores moçambicanos.
O MISA-Moçambique afirmou que está-se perante um “ataque” que “nunca deve ser visto de forma isolada”, uma vez que faz parte de “forças mais retrógradas da sociedade para reverter o processo democrático em Moçambique” e pediu uma investigação ao Governo.
O pesquisador do Centro de Integridade Pública Borges Nhamire considerou que o atentado foi um “ataque contra a democracia e liberdade de imprensa”.
O diretor da Carta de Moçambique considerou o incêndio “um atentado terrorista contra a liberdade de expressão e contra a liberdade de imprensa”, mas garantiu que que a linha editorial "não se vai curvar perante o fogo".
Moçambique tem sido palco de muitos ataques contra meios de comunicação e jornalistas, bem como o desparecimento de vários profissionais de comunicação, sem que os autores de tais atentados tenham sido presentes à justiça.