O activista Nuno Álvaro Dala, cujo julgamento decorrer em Luanda juntamente com mais 16 colegas, encontra-se no Hospital Prisão de São Paulo há 12 dias numa greve de fome e em situação débil.
A irmã diz sentir que a sociedade trata-o com descaso, contrariamente ao que aconteceu a Luaty Beirão.
“Quando foi do caso do Luaty acho que o mundo se mexeu, agora com o meu irmão Nuno as pessoas parece que estão a fingir ou ignoram que a saúde do meu irmão está em jogo”, desabafa Gertrudes Dala.
A deputada pela bancada da Unita Mihaela Webba pensa também haver um tratamento desigual da sociedade com o Nuno em relação ao Luaty.
''No caso do Luaty toda a sociedade se mexeu, os embaixadores europeus visitaram-no, a Rádio Despertar todos os dias falava sobre o estado de saúde de Luaty, mas agora com Nuno Dala não sinto esta mobilização e a situação do Nuno é melindrosa por ele ser diabético'', comentou Webba.
O político Sediangani Mbimbi alinha na mesma direcção, ao afirma que “os media desapareceram em relação ao Nuno Dala, por exemplo Marcos Mavungo também está a sofrer injustiça e não se vê o impacto que se viu em relação à greve do Luaty.
Ele pergunta ainda se se deve ao facto de " Mavungo e Dala terem a pigmentação da pele diferente do Luaty, o que nós precisamos não é de racismo mas sim justiça''.
Entretanto, o activista cívico Adão Ramos não entende o assunto desta maneira.
“As duas greves foram em contextos e circunstâncias completamente distintas apesar de não se descorar o facto de Luaty ser mais mediático que eu e muitos de nós, mas neste caso a diferença de tratamento deve-se apenas ao contexto e as expectativas''.
Os familiares e amigos de Nuno Álvaro Dala temem pela vida do activista que continua a dizer que só abandona a greve de fome quando as autoridades deverem os seus pertences apreendidos quando foi presos a 20 de Junho de 2015.