Dirigida por um administrador apostólico nos últimos quatros anos, a Diocese de Cabinda volta a ter um bispo, Dom Belmiro Cuica Chissenguete, que chega à província angolana com vontade de denunciar violações de direitos humanos, num exercício inserido na intervenção social da Igreja Católica.
Apresentado nesta terça-feira, 0, em Benguela, onde foi ordenado há 22 anos, o prelado diz esperar encontrar um ambiente favorável à continuidade dos desafios da sua congregação religiosa, embora ciente das dificuldades.
Dom Belmiro Cuica, natural do Huambo, acredita que vá encontrar condições de trabalho numa província onde um dia a comunidade católica chegou a protestar contra a nomeação de um bispo oriundo de um outro ponto do país
“Fui a Cabinda duas vezes em missão pastoral, nunca como nomeado. Só agora eles estão a saber, vou para trabalhar, espero ser bem recebido porque sou boa pessoa e nunca fiz mal a ninguém’’, vaticina.
Após ter enaltecido o trabalho do arcebispo de Luanda e presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), Dom Filomeno Vieira Dias, o padre garantiu que o Governo terá um parceiro na luta contra a violação dos direitos humanos.
“Está o próprio Governo com a obrigação de proteger a sociedade, mas também estamos nós para sermos a voz profética na denúncia de tudo aquilo que é violação dos direitos humanos. Mas não só, porque às vezes nos esquecemos da violação de que é vítima mãe natureza. Aliás, esta defesa faz parte da natureza normal da própria igreja’’, sustenta o novo bispo.
O anúncio da nomeação de Belmiro Cuica, foi feito pelo actual chefe da Igreja Católica nesta província, Dom António Jaka, enquanto secretário-geral da CEAST.
O último bispo de Cabinda foi Dom Paulino Madeca