A aplicação de mensagens Signal teve um crescimento "sem precedentes" após uma mudança controversa nos termos de privacidade da rival WhatsApp e quer contratar mais funcionários para reforçar o serviço e a infraestrutura de suporte, disse o chefe da sua fundação nesta quarta-feira.
O Signal e uma outra aplicação criptografada, Telegram, têm sido os principais beneficiários da indignação online em torno das mudanças anunciadas na semana passada, que exigem que os utilizadores do WhatsApp partilhem os seus dados com o Facebook e Instagram.
O Telegram disse na quarta-feira que ultrapassou 500 milhões de utilizadores activos globalmente.
Brian Acton, que co-fundou o WhatsApp antes de vendê-lo ao Facebook e depois fundou a Signal Foundation, recusou-se a fornecer dados equivalentes para a Signal, mas disse que a expansão nos últimos dias foi "vertical".
"Vimos um crescimento sem precedentes na semana passada", disse Acton num e-mail à Reuters. "É seguro dizer que, devido a esse crescimento recorde, estamos ainda mais interessados em encontrar pessoas talentosas."
Ele também disse que a Signal está a trabalhar para melhorar as suas funções de vídeo e chat em grupo, permitindo-lhe competir melhor com WhatsApp, Microsoft Teams e outras aplicações de conferência que se tornaram vitais para a vida quotidiana no ano passado.
A Signal registou 17,8 milhões downloads nos últimos sete dias, um aumento de 62 vezes em relação à semana anterior, de acordo com dados da Sensor Tower. O WhatsApp teve 10,6 milhões downloads durante o mesmo período, uma queda de 17%.
Os defensores da privacidade atacaram as mudanças no WhatsApp, apontando para o que eles dizem ser o fraco histórico do Facebook em apoiar os interesses dos consumidores ao lidar com os seus dados, com muitos sugerindo que os utilizadores migrem para outras plataformas.
A Signal Foundation sem fins lucrativos, sediada em Silicon Valley, que actualmente supervisiona a aplicação, foi lançada em Fevereiro de 2018 com Acton a investir um financiamento inicial de 50 milhões de dólares.
A Signal tem subsistido por meio de doações desde então, com o CEO da Tesla Inc, Elon Musk, entre os apoiantes, e Acton disse que não havia planos para buscar fontes diferentes de financiamento.
"Milhões de pessoas valorizam a privacidade o suficiente para sustentá-la, e estamos a tentar demonstrar que há uma alternativa aos modelos de negócios baseados em anúncios que exploram a privacidade do utilizador", disse Acton, acrescentando que as doações "estão a chegar".
Reuters