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Nova vaga de imigrantes ilegais preocupa Tete


CHIMOIO – As autoridades migratórias de Tete atingiram um recorde de cinco mil detenções e deportações de estrangeiros, no primeiro trimestre deste ano, na província que experimenta uma nova vaga de imigrantes ilegais cujo destino final é África do Sul.

As autoridades em Tete dizem que a vaga é causada por conflitos armados no continente, pobreza e fome, esta última resultante da seca extrema que destruiu milhares campos agrícolas no Malawi, Zâmbia e Zimbabwe.

Nova vaga de imigrantes ilegais preocupa Tete
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Os imigrantes ilegais, a maioria destes três países vizinhos de Moçambique e outros de nacionalidades congolesa, somali, etíopes e paquistanesa, estão a explorar novas rotas a partir do distrito de Zumbo, mas também os distritos fronteiriços como Angónia, Macanga, Moatize e Changara.

Muitos dos imigrantes ilegais foram detidos nos distritos fronteiriços, mas também na cidade de Tete, escondidos em residências, onde aguardavam seguir viagem para o seu destino final.

“Como estratégia, nós temos tido planos operativos que são elaborados ao nível provincial, e esses planos têm como objetivo reduzir de forma significativa a violação (das fronteiras) ou a detenção desses indivíduos, que entram de forma clandestina ao nosso país”, disse Custódio Afonso, responsável da secção da Segurança da Polícia de fronteira em Tete.

Citado pela emissora estatal, Rádio Moçambique, a fonte disse que as autoridades estão a sensibilizar as comunidades fronteiriças a serem cada vez mais vigilantes, reconhecendo o desafio por alguns facilitadores serem residentes.

Corredor frágil e corrupção

“Temos também a estratégia da ligação polícia-comunidade, e estas reuniões em parte ajudam-nos a trazer algumas verdades, porque alguns se infiltram lá nas comunidades e acabam cometendo alguns ilícitos, sobretudo como guias dos imigrantes clandestinos”, afirmou.

Mas Sande Carmona, analista politico, diz que a situação é exacerbada pela porosidade das fronteiras e a corrupção endémica na Polícia.

“As nossas fronteiras nunca foram fortes, porque existe lá um ambiente de enriquecimento fácil. A corrupção tornou-se quase que uma doutrina no seio das instituições de estado, que permite que as nossas fronteiras não sejam de relevo e sejam feitas coisas extremamente perigosas para nos tornarmos uma nação credível”, vinca Carmona.

Em declarações à VOA, um dos imigrantes ilegais detidos em Tete, que se identificou como Frank, explicou que muitos dos imigrantes conseguem entrar em Moçambique subornando as autoridades fronteiriças e nas rodovias onde são fiscalizadas as viaturas de transporte público.

“Pagamos dinheiro na fronteira e nos pontos de fiscalização de tráfego rodoviário”, disse Frank.

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