Uma vacina contra a malária provou ser 77% eficaz nos primeiros testes e pode ser um grande avanço contra a doença, dizem os seus pesquisadores da Universidade de Oxford.
A malária mata mais de 400 mil pessoas por ano, a maioria crianças na África Subsaariana.
Mas, apesar de muitas vacinas serem testadas ao longo dos anos, nenhuma atingiu a meta exigida para o sucesso.
Os pesquisadores dizem que a vacina pode ter um grande impacto na saúde pública.
Quando testada em 450 crianças no Burkina Faso, a vacina foi considerada segura e mostrou "eficácia de alto nível" ao longo de 12 meses de acompanhamento.
Ensaios maiores em quase cinco mil crianças entre as idades de cinco meses e três anos serão agora realizados em quatro países africanos, para confirmar os resultados.
Num estudo da revista médica The Lancet, a equipa de pesquisa - de Oxford, Nanoro em Burkina Faso e os EUA - relatou os resultados do ensaio de R21 / Matrix-M, que testou uma dose baixa e alta da vacina entre Maio e Agosto, antes do pico da temporada de malária.
A vacina mostrou eficácia de 77% no grupo de dose mais alta e 71% no grupo de dose mais baixa.
Halidou Tinto, professor de parasitologia e o principal investigador do estudo na Unidade de Pesquisa Clínica de Nanoro, Burkina Faso, disse que os resultados foram "muito emocionantes" e mostraram "níveis de eficácia sem precedentes".
"Estamos ansiosos para o próximo ensaio de 'fase III' para demonstrar dados de segurança e eficácia em larga escala para uma vacina que é muito necessária nesta região".
O Serum Institute da Índia, que fabricou a vacina, afirma estar confiante em entregar mais de 200 milhões de doses da vacina assim que for aprovada pelos reguladores.
A Novavax forneceu o adjuvante para a vacina.
A malária é uma das principais causas de mortalidade infantil em África e o professor Charlemagne Ouédraogo, ministro da saúde do Burkina Faso, disse que os novos dados mostram que uma nova vacina contra a malária pode ser licenciada "nos próximos anos".
Dados da Organização mundial de Saúde indicam que quase 85% das mortes globais por malária em 2018 concentraram-se em 20 países na Região Africana e na Índia; A Nigéria foi responsável por quase 24% de todas as mortes globais por malária, seguida pela República Democrática do Congo (11%), a República Unida da Tanzânia (5%) e Angola, Moçambique e Níger (4% cada).