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“Nós só seremos grandes se formos humildes,” diz a escritora são-tomense Olinda Beja


Olinda Beja
Olinda Beja

E “os políticos precisam de ter orgulho no seu país e dar oportunidades a todos sem excepções."

“A literatura serviu-me para afogar mágoas; para dizer ao papel aquilo que eu passei, sofri...e sofri muito - o distanciamento da terra mãe, o apartamento da mãe biológica,-” diz a escritora são-tomense Olinda Beja, radicada em Portugal.

Saiu pequena de São Tomé e Príncipe, onde nasceu na década de 1940. Até meados dos anos 1980, não visitou o país por 37 anos.

“Eu tive que aprender o crioulo…a gostar daquela mãe; daquela família, que estava à minha espera; aprender a amar São Tomé. Tudo isto valeu a pena, mas foi um sofrimento,” conta Beja.

Um sofrimento que a escrita aliviou. “A literatura foi o meu porto de abrigo, foi a minha âncora. Se não escrevesse, tenho a impressão que…sei lá…teria enlouquecido”.

Distante da família, Beja manteve o foco. Fez a licenciatura em línguas e literatura moderna (Português e Francês), na Universidade do Porto.

Durante mais de trinta anos, Beja foi professora secundária em Portugal. Deu também aulas de língua e cultura portuguesa na Suíça.

A carreira de docência, iniciada em 1976, foi para ela um longo processo de aprendizagem e criação de laços para o resto da vida.

Dar oportunidade a todos

Revelando-se realizada, ela afirma que “com os meus alunos, ensinei e aprendi. Não fui professora, fui uma amiga, uma irmã mais velha…isso deu-me uma aproximação muito grande com os meus alunos e suas famílias”.

Na conversa com a VOA, Beja destaca o sucesso do seu livro “A sombra do Ocá”, com o qual venceu, em 2013, o Prémio Francisco José Tenreiro, o maior de São Tomé e Príncipe.

O livro, conta, tem como ponto central “a esperança que tenho que São Tomé seja um dia um belo e grande país, no sentido de sabermos aproveitar tudo o que temos de bom”.

Para isso acontecer, Beja tem um recado para os políticos: Devem “ter orgulho no seu país e dar oportunidades a todos sem excepções”.

E mais: “Os políticos devem se lembrar que têm que ser ao nível do povo, porque nós só seremos grandes se formos humildes”.

Acompanhe a entrevista na integra:

Nós só seremos grandes se formos humildes,” diz a escritora são-tomense Olinda Beja - 13:57
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