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Nobel da Economia para autores de estudos sobre causas das desigualdades entre os países


Daron Acemoglu, Simon Johnson e James A. Robinson vencedores do Nobel da Economia 2024
Daron Acemoglu, Simon Johnson e James A. Robinson vencedores do Nobel da Economia 2024

As desigualdades entre a prosperidade dos países e por que 20 por cento dos países mais ricos do mundo são 30 vezes mais ricos que os 20 por cento mais pobres garantiram o prémio Nobel de Economia de 2024 aos investigadores Daron Acemoglu, Simon Johnson e James A. Robinson.

“A diferença de rendimentos entre os países mais ricos e mais pobres é persistente, embora os países mais pobres tenham enriquecido, eles não chegam perto dos mais prósperos", disse a Academia Real das Ciências da Suécia, nesta segunda-feira, 14, ao anunciar os vencedores do último prémio deste ano.

A Academia acrescentou que Acemoglu, Johnson e Robinson "adicionaram uma nova dimensão às explicações anteriores para as diferenças atuais na riqueza dos países ao redor do mundo", ao mostrarem que as diferenças regionais entre os climas, principalmente, não podem ser analisadas sem antes em entender quais instituições sociais foram implementadas em cada país.

Causas das disparidades

"Instituições criadas para explorar as massas são más para o crescimento de longo prazo, enquanto aquelas que estabelecem liberdades económicas fundamentais e um Estado de Direito são boas para tal", conclui a autoridade responsável pelo prémio.

Para entender essa disparidade, os laureados avaliaram os impactos da colonização europeia a partir do século XVI e perceberam a criação de dois principais tipos de colónias.

Em alguns países, dizem aqueles investigadores, os colonizadores chegaram com o objetivo principal de explorar os povos originários e os recursos naturais, gerando o que os pesquisadores classificam como "instituições extrativistas".

Essas regiões costumavam ser as mais ricas, por conta de sua forte e rápida oferta de recursos económicos para os colonos.

Noutros, geralmente os mais pobres, eles formaram sistemas políticos e económicos que visavam beneficiar os migrantes europeus naquelas regiões no longo prazo. Esses países eram os mais pobres.

Sistemas instalados

No entanto, a criação de instituições que visavam o bem-estar das pessoas que ali chegavam para habitar - enquanto nos outros países as instituições eram criadas para facilitar e manter a dinâmica extrativista - geraram o que aqueles especialistas chamam de uma "reversão de riqueza".

"A introdução de instituições inclusivas criaria benefícios de longo prazo para todos, mas as instituições extrativistas fornecem ganhos de curto prazo para as pessoas no poder", explica ainda o Comité do Nobel na nota.

Os estudos de Daron Acemoglu, Simon Johnson e James A. Robinson revelaram que, quanto maior a população originária das regiões colonizadas, piores eram as instituições impostas pelos colonizadores.

Ainda segundo aqueles autores, os países com as maiores populações de indígenas eram, também, aqueles que ofereciam maior resistência para a colonização, mas, uma vez derrotados, os povos originários eram obrigados a trabalhar para os colonizadores.

“Essa dinâmica fazia com que poucos migrantes europeus se interessassem em migrar para o país com a intenção de trabalhar e construir uma comunidade benéfica para o local”, estando assim cridas instituições que "se concentravam em beneficiar uma elite local às custas da população em geral”.

Os autores

Daron Acemoglu, nasceu na Turquia e é pesquisador do Instituto de Tecnologia de Massachussets, nos Estados Unidos, bem como Simon e Johnson, natural do Reino Unido.

James A. Robinson é igualmente britânico, mas trabalha na Universidade de Chicago, Estados Unidos.

A entrega do prémios realiza-se em Estocolmo, Suécia, no dia 10 de dezembro.

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