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“No início de Junho é quando ficamos sem dinheiro”, alerta secretária do Tesouro dos EUA


Janet Yellen, secretária de Estado americana
Janet Yellen, secretária de Estado americana

Presidente Joe Biden e Câmara dos Representantes, controlada pela oposição, reúnem-se na terça-feira para tentar alterar o tecto da dívida do país

A secretária do Tesouro dos Estados Unidos alertou neste domingo, 7, para uma eventual “catástrofe económica e financeira” para os Estados Unidos e a economia mundial se o Presidente Joe Biden e o Congresso não chegarem a um acordo para aumentar o tecto da dívida, evitando assim que o país entre em calote.

“No início de Junho é quando ficamos sem dinheiro” para pagar as contas em andamento, disse Janet Yellen em entrevista ao programa “This Week” da cadeia televisiva ABC, embora ela tenha admitido haver “muita incerteza” sobre exactamente o dia que tal acontecerá.

Yellen acrescentou que os Estados Unidos já tomaram “medidas extraordinárias” para continuar a pagar as dívidas desde que atingiu o limite de empréstimos de 31,4 trilhões de dólares em Janeiro.

A governante advertiu, no entanto, que a “nossa capacidade de fazer isso está a esgotar-se e começaremos a ficar sem dinheiro” e alertou que “chegará o dia em que não conseguiremos pagar nossas contas”.

Para evitar este cenário, o Presidente americano Joe Biden convidou os principais líderes do Congresso para uma reunião amanhã, 9, na Casa Branca.

Há meses que Biden pediu ao Congresso, incluindo a Câmara dos Representantes controlada pelos republicanos, que aumente o tecto da dívida sem outras condições.

Mas, em vez disso, os republicanos na Câmara, por uma margem de dois votos, aprovaram no mês passado um aumento do tecto da dívida por um ano, ao mesmo tempo em que fizeram amplos cortes de gastos do Governo para programas sociais e medidas de controlo climático aos quais Biden e os democratas do Congresso se opõem.

Os Estados Unidos nunca deixaram de pagar as susa dívidas, mas Jannet Yellen alertou que, se o Executivo ficar sem dinheiro, os pagamentos de juros dos títulos do Governo podem ser reduzidos, os pagamentos mensais da Segurança Social para os idosos e os pagamentos de assistência médica a seus médicos podem ser adiados e as empresas podem dispensar milhares de trabalhadores.

“Pode haver um declínio acentuado no mercado de acções”, concluiu ela, lembrando que isso coloca em causa a confiança no país.

Através da história, os Estados Unidos aumentaram o seu tecto de dívida 78 vezes, tanto sob presidentes democratas quanto republicanos.

Os conselheiros da Casa Branca admitem também, em último caso, invocar a 14ª Emenda da Constituição dos Estados Unidos, que determina que a plena fé e o crédito dos Estados Unidos não devem ser questionados.

O uso dessa provisão poderá provocar outra batalha legal contra os que se opõem ao aumento unilateral do tecto da dívida.

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