O activista Nito Alves pediu a substituição da equipa de advogados que o defende, bem como os vários membros do autodenominado Movimento Revolucionário, presos desde 20 de Março.
Alves, que se encontra muito doente, e colegas manifestam também preocupação pela pressão que as autoridades estão a exercer toda tentativa de manifestação ou protesto e estudam novas estratégias.
A revelação foi feita por Adolfo Campos, que visitou Nito Alves nesta segunda-feira, 7.
Alves pediu que a família substitua a equipa de advogados de defesa que não tem prestado qualquer informação aos réus sobre o processo em curso.
"Uma das grandes preocupações é a ausência dos advogados" disse Campos.
A VOA tentou contactar Walter Tondela, membro da actual equipa de advogados dos 15 activistas, mas não obteve qualquer resposta.
Por outro lado, Adolfo Campos disse que Nito Alves continua pálido, com fortes dores de cabeça e regista alguma perda de visão.
Apesar de ter a saúde debilitada, segundo a mesma fonte, Nito Alves diverte-se com as piadas de alguns funcionários dos serviços prisionais que se têm mostrado solidários com a situação dos activistas.
Adolfo Campos adiantou ainda que os activistas do autodenominado Movimento Revolucionário estão preocupados com a pressão que o Governo exerce contra qualquer tentativa de manifestação.
“Nós estamos preocupados e uma das coisas é que, escrevendo cartas ou não, o Governo sempre procurou mecanismos de impedir as manifestações com as contras-manifestações, por isso não há razões de queixa do Governo caso não escrevemos para informar as nossas intenções”, admitiu Campos.
De recordar que além dos 15 activistas detidos, Rosa Conde e Laurinda Gouveia, em liberdade, são também acusadas de tentativa de golpe de Estado.
O processo encontra-se em fase de instrução e desconhece-se quando os activistas serão levados ao tribunal.