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Ninguém sabe quantas empresas chinesas operam em Angola


Pescadores chineses e colegas angolanos
Pescadores chineses e colegas angolanos

Do número de empresas existentes no mercado ao número de trabalhadores angolanos, a presença chinesa em Angola continua a ser dominada por várias indefinições e incertezas.

Ninguém sabe quantas empresas chinesas operam em Angola – 4:05
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Mais de vinte anos após o reforço da cooperação bilateral por conta da reconstrução nacional, a Embaixada chinesa promete agora uma rigorosa estatística, à semelhança do que diz a Câmara de Comércio e Indústria Angola/China.

Empresas chinesas operam na construção, comércio, agricultura, pescas e mais, e o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Angola/China, Luís Cupenala, considera insuficiente a estimativa de 400 companhias, incluindo as de direito angolano com capital chinês.

“Os números até hoje ainda não estão determinados, a Câmara gizou um programa para organizar o censo, há necessidade do registo de todas as empresas chinesas que operam em Angola, dos seus sectores da economia e sabermos quantos angolanos empregam”, disse o líder associativo, acrescentando que “o Governo angolano tem de adotar a estratégia de orientar as áreas onde estes futuros investimentos devem ser feitos”.

A operação “Trabalho Digno”, uma iniciativa da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social, mostrou um pouco por todo o país a existência de empresas chinesas sem registo oficial, quando a inspecção detectou casos de maus-tratos aos funcionários.

O líder da Câmara optou por não comentar, mas lembrou que Angola tem órgãos de justiça.

“Angola é um país soberano, controla os quatro cantos do seu território, tem instituições como a Procuradoria e os tribunais. O que nós exigimos é que, seja chinês ou de outra nacionalidade, faça investimentos dentro dos marcos da lei”, afirmou Cupenãla.

O economista e analista político Alexandre Solombe assinala que um Governo não muito distante da bancarrota aceita com naturalidade o investimento chinês, ainda que, como salienta, a generalidade dos cidadãos comece a olhar com desconfianças para o modo de operar das companhias chinesas e da qualidade das suas obras.

“Eu começo a perceber que as pessoas manifestam uma certa aversão à presença chinesa, apesar de não ser culpa do seu Estado ou dos seus credores, neste caso através do crédito comercial”, disse.

Alexandre Neto Solombe presidente do MISA-Angola
Alexandre Neto Solombe presidente do MISA-Angola

“O tipo de projectos está em causa, os projectos deterioram-se de forma ruinosa, criando desgaste, diferente da era Eduardo dos Santos”, disse o especialista.

Já o empresário Edgar Oseias, que louva o investimento chinês, faltando entanto rigor na fiscalização e sugere mais acções no sector primário

“Os chineses fazem o que lhes é permitido fazer, houve uma comparação e posso dizer que o que eles fazem lá não fazem cá. Mas é salutar este aumento, até devíamos incentivá-los mais na agricultura, já que precisamos de técnicas”, disse a Oseias.

Aquele empresário assinala que “não se deve trabalhar só na infraestrutura, uma vez que a experiência mostrou que temos pecado na fiscalização dos serviços”.

Um alto funcionário da Embaixada chinesa em Luanda revelou à VOA que está a ser preparado um levantamento sobre o número de empresas, de trabalhadores e de outros dados estatísticos, garantindo que os resultados vão ser divulgados.

Dados disponíveis indicam que o investimento chinês em Angola anda em 24 mil milhões de dólares norte-americanos.

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