O conselheiro nacional de segurança, Sambo Dasuki, defendeu o adiamento das eleições previstas para 14 de Fevereiro.
A Comissão Eleitoral Independente da Nigéria diz que os eleitores deslocados pelo conflito nos Estados de Borno, Yobe e Adamawa podem levantar os seus cartões de eleitor em centros designados e em campos de deslocados, muitos deles localizados nas capitais. Os eleitores deverão votar também nesses locais.
Esta decisão quer dizer que milhares de deslocados que fugiram para o sul do país devem fazer o seu caminho de volta.
Bouba Musa, viajou de Bauchi para Maiduguri esta semana para obter o seu cartão de eleitor. Ele é de Gwoza, que passou a ser controlado pelo grupo Boko Haram. "Eu tenho o meu cartão, mas a minha esposa não. Outras pessoas, ainda estão aqui, mas não têm qualquer informação a respeito do cartão de eleitor. "
Para votar em Fevereiro Musa terá de ficar em Maiduguri ou voltar no próximo mês.
É que não haverá votação em Gwoza assim como nas áreas consideradas de "alto risco". O porta-voz da Comissão Eleitoral, Nick Dazang, diz ser muito perigoso para os trabalhadores da comissão eleitoral e para a maioria dos civis que fugiram dessas áreas ocupadas pelo Boko Haram.
Outro problema tem a ver com os refugiados.A lei nigeriana não permite votação de pessoas fora do país. Sendo assim, as pessoas que fugiram para o Níger, Chade ou Camarões devem retornar aos seus estados de origem para levantar os seus cartões e votar. Mas a insegurança é o grande entrave devido à presença dos guerrilheiros de Boko Haran.
O governador do Estado de e membro do APC Kashim Shettima disse à VOA que o seu Executivo desembolsou cerca de 50 mil dólares para transportar refugiados dos Camarões para Maiduguri. Ele disse que arranjos estão a ser feitos também para os eleitores que estão no Níger possam regressar.
"Não é uma questão partidária. É uma questão de direitos. E ninguém, ninguém, está a fazer-nos um favor através da realização de eleições em Borno, Yobe e Adamawa. É nosso direito de votar e ser votado. "
Analistas dizem que se aqueles três estados ficarem de fora, os partidos que perderem as eleições poderão contestar a até pedir o anulamento das eleições.
O porta-voz da Comissão Eleitoral Nick Dazang diz que é um o risco de "crise constitucional" eminente.
A menos de mês das eleições, cerca de 30 milhões de cartões de eleitor ainda não foram distribuídos ou seja metade do eleitorado. Cerca de 10 milhões deles ainda não chegaram à Comissão Nacional de Eleições.
Em Londres, o conselheiro de segurança nacional da Nigéria Sambo Dasuki aconselhou a comissão eleitoral a adiar a eleição
As eleições presidenciais e para a Assembleia Nacional estão agendadas para 14 de Fevereiro, seguidas das eleições para governadores e Assembleias Legislativas do Estado no dia 28.