O Presidente americano escolheu Neil Gorsuch para juiz do Supremo Tribunal e vai ocupar a vaga de Antonin Scalia, falecido em Fevereiro de 2016.
Gorsuch, juiz do Tribunal de Apelações em Denver e de 49 anos era o favorito da elite conservadora.
Neil Gorsuch formou-se em Oxford e em Harvard, onde foi contemporâneo do antigo Presidente Barack Obama, e já trabalhou com dois futuros colegas do Supremo Tribunal, Byron White e Anthony Kennedy.
Antigo funcionário do Departamento de Justiça por dois anos na Administração Bush, Gorsuch já passou 10 anos num tribunal federal e sua mãe foi chefe da Agência de Protecção Ambiental no Governo de Ronald Reagan.
Considerado um seguidor do “originalismo” na interpretação da Constituição, uma corrente que considera que o conjunto de leis deve ser interpretado da maneira como pretendiam oo seus autores, os chamados ‘founding fathers’.
No passado, ele já apoiou entidades que consideravam que os métodos contraceptivos incluídos no Obamacare violavam as suas crenças religiosas.
Ao fazer o anúncio Donald Trump disse que estava "a cumprir outra promessa ao povo americano" ao escolher Gorsuch.
"Minha única esperança é que democratas e republicanos possam se unir, por uma vez, pelo bem do país", acrescentou Trump, ao afirmar que conta com a aprovação da sua indicação no Senado.
O novo integrante do Supremo Tribunal poderá fazer inclinar as decisões para o lado conservador.
Actualmente, John Roberts, Clarence Thomas e Samuel Alito respondem pela ala conservadora, enquanto Ruth Bader Ginsburg, Sonia Sotomayor, Elena Kagan e Stephen Breyer têm perfil mais liberal.
Anthony Kennedy é considerado moderado e o seu voto varia de acordo com o tema avaliado.
Para que Neil Gorsuch seja indicado formalmente, os republicanos têm de conseguir 60 votos no Senado, o que significa que dependem do apoio de pelo menos oito senadores não republicanos.
A composição do Senado empossado no início de Janeiro é de 52 republicanos, 46 democratas e dois independentes, que em geral votam com os democratas.