A assinatura esta semana, no decurso da visita à Inglaterra, de acordos com valores multibilionários enrtre a China e o Reino Unidos demostrou aquilo que os activistas dos direitos humanos consideram ser a tendência das autoridades britânicas em manter em segundo plano os direitos humanos.
Embora o presidente Xi Jinping tenha afirmado que Pequim tem de melhorar a situação dos direitos humanos, não fez qualquer referência à repressão sobre os advogados, activistas e seus familiares na China.
Acabam de ser divulgados, em Hong Kong, novos dados sobre a situação.
Cerca de 300 pessoas, entre elas advogados, pessoal de empresas de advocacia dos direitos humanos e respectivas famílias, têm sido envolvidas na campanha de intimidação do Governo chinês.
A maioria dos advogados já foi libertada, enquanto mais de 30 continuam presos e com paradeiro desconhecido.
A maioria dos libertados encontra-se sob vigilância domiciliária num local não identificado.
Apenas dois deles tiveram possibilidade de ver um advogado, enquanto a maioria das famílias ainda não recebeu notificação sobre o paradeiro dos familiares.
A China indica que os casos estão a ser acompanhados de acordo com a lei.
No entanto, advogados e activistas destacam que a recusa em notificar as famílias das acusações que enfrentam, onde se encontram detidos ou a negação de acesso a advogados, bem como a perseguição dos familiares – incluindo crianças – são todas violações das leis chinesas.
Kit Chan, uma porta-voz da rede de direitos humanos, sustenta que, embora muitos grupos falem sobre a situação, é deplorável ver que o Governo britânico adopta uma posição branda, trocando os direitos humanospelos interesses comerciais.
Para alem dos detidos, o grupo de Hong Kong estudou casos de pelo menos 24 advogados, activistas e familiares que foram proibidos de sair do país, sob a indicação que a sua saída iria fazer perigar a segurança do Estado.
Durante a visita de Xi ao Reino Unido, grupos de direitos humanos, dissidentes chineses e activistas tibetanos demonstravam a sua indignação, mas as autoridades britânicas não fizeram qualquer referência.
Entretanto, um jornalista, no decorrer de uma conferência de imprensa, perguntou ao Presidente chinês sobre a situação dos direitos humanos.
Em resposta, Xi referiu que a China – tal como outras nações do mundo – tem margem para melhorar, acentuando que Pequim prossegue um caminho adequado às condições nacionais.
A Amnistia Internacional indicou que a declaração foi positiva, mas profundamente contrastante com o que se passa na China.
“Aquilo que é necessário é acção, e que isso pode ter início com a libertação dos advogados", afirmou um responsável da Amnistia Internacional
O Presidente Xi fez da promoção do primado da lei, uma pedra base da sua administração.
Em vez de ajudar a melhorar o sistema legal, os activistas destacam que o Governo utiliza novas leis e procede à revisão de outras para obter uma base maior para suprimir os direitos humanos em vez de os proteger.