Quinze anos depois da conclusão das negociações entre mais de 300 trabalhadores da extinta Rodoviária de Moçambique-Norte (Romon) e o Governo, os antigos funcionários ameaçam partir para a violência, caso o executivo não pague as indemnizações a que, segundo dizem, têm direito.
Desde a semana passada, aqueles trabalhadores têm vindo a manifestar diariamente a sua revolta e prometem agora invadir a antiga instalação da empresa e a Direcção Provincial de Transportes e Comunicações de Nampula.
O responsável governamental acusa os trabalhadores de oportunistas e diz que perderam o caso na justiça porque já foram indemnizados.
Com o encerramento da empresa em 2002 e sem receber qualquer indemnização, os trabalhadores acusam o Governo de falta de vontade.
O caso chegou à Assembleia da Republica, mas não se registou qualquer avanço.
O Centro de Mediação e Arbitragem de Conflitos Laborais concluiu que os trabalhadores têm direito a indemnizações.
Os trabalhadores dizem que no ano passado, a OTM-Central Sindical interveio e o Governo emitiu as folhas de pagamento, tendo garantido que até Novembro começaria a indemnizá-los, o que não aconteceu.
Aqueles trabalhadores, na sua maioria já na terceira idade, acusam o director dos Transportes e Comunicações de Nampula de a impedir o pagamento dos ordenados.
O director provincial dos Transportes e Comunicações Francisco Bonzo, diz que a greve é ilegal e que o Governo não vai pagar porque receberam indemnizações na altura da dissolução da empresa.
Bonzo acusa-os de serem oportunistas.
Ele disse também que o caso já foi discutido na justiça e que os trabalhadores perderam a causa.
Francisco Bonzo aconselha os ex-trabalhadores a recorrerem à justiça caso tenham outros elementos que justifiquem as suas exigências.
Por seu turno, os trabalhadores consideram de falsas as declarações do director, pois dizem que nunca foram ao tribunal discutir o assunto.
O Sindicato dos Trabalhadores em Nampula ainda não se pronunciou sobre o assunto