A Renamo na província moçambicana de Nampula denuncia a falta de transparência no processo de selecção dos brigadistas, que serão responsáveis pela inscrição dos eleitores para a votação de 15 de Outubro deste ano.
O porta-voz deste partido naquela província, Arnaldo Chalaua, disse que, por lei, a selecção de brigadistas deve seguir critérios de concurso público e avaliação curricular dos candidatos, o que não aconteceu no distrito de Nampula.
"As pessoas seleccionadas não são as que concorreram e também não foi obedecido o critério de idade 18 a 35 anos, sendo que grande parte dos seleccionados tem acima da idade prevista," disse Chalaua.
Chalaua acrescenta que "os seleccionados em causa tiveram todos a nota 20, o que para nós é inconcebível, lamentamos o facto de não ter havido uma preferência pelos jovens na selecção dos brigadistas".
Para ele, o favorecimento da Frelimo vai colocar em causa o decurso do recenseamento eleitoral, à semelhança dos anos anteriores em que foram seleccionadas pessoas sem habilidades informáticas e com dificuldades de escrita,o que prejudicou o processo.
Evaristo Valeta, director do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral reconhece que a idade é um dos requisitos para o processo, mas na selecção houve a componente ponderação que também está prevista na lei.
Nesse processo, disse Varela, foi principalmente tomada em consideração a nota do candidato e a realidade do processo, o que levou a selecção de 264 concorrentes.
Para as eleições gerais de Outubro, o recenseamento arranca a 1 de Abril. Prevê-se a criação de 5.300 brigadas a funcionar em 7.500 postos de recenseamento em todo o pais.
No estrangeiro, os moçambicanos irão votar, entre outros, na África do Sul, Alemanha, Botswana, eSwatini, Malawi, Portugal, Quénia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe.