Na provincia de Nampula, o maior círculo eleitoral de Moçambique, as mesas de votação abriram pontualmente. Contudo, durante o dia houve relatos de grandes dificuldades em quase todas as assembleias de voto.
Entre os vários problemas encontrados contam-se nomes de eleitores que não constavam dos cadernos eleitorais, sendo que grande parte deles foram colocados fora do local da sua inscrição. Esta situação criou muita confusão nas primeiras horas da manhã. Mas, apesar das dificuldades, era grande a afluência às urnas.
Na Escola Primária Completa da Barragem, primeiro ponto escalado pela VOA, eleitores de três cadernos eleitorais, nomeadamente 606, 609 e 613, foram informados que só poderiam exercer o seu direito cívico na Escola de Nahene, que fica a cerca de 10 quilómetros. Mas, mais tarde o STAE anunciou que aquelas mesas estavam novamente instaladas na escola da Barragem. Na mesma escola, numa única sala de aulas, foram colocadas 7 mesas de votação, o que criou longas fila e mais confusão.
A mesma situação de deslocação de cadernos aconteceu um pouco por toda a cidade e província de Nampula. Angoche e Nacala são alguns dos pontos mais afectados com a situação.
A morosidade no atendimento por parte dos membros das mesas de votação devido à lentidão na identificação dos nomes dos eleitores é um outro problema.
Nampula registou igualmente a demora na atribuição de credenciais aos delegados de candidatura dos partidos políticos, principalmente do MDM e da Renamo. Mais de 300 observadores nacionais foram excluídos de assistir ao processo de votação devido a falhas na emissão de credenciais muito por culpa da burocracia existente.
Durante a tarde, um individuo foi surpreendido ao tentar encher uma urna com votos pré-validados a favor da Frelimo, o partido no poder, na escola de Serra da Messa na cidade de Nampula. O indivíduo (de que se desconhece até a identidade) conseguiu escapulir em circunstâncias pouco claras e os boletins de votos foram recolhidos pelo presidente da mesa de voto na presença de observadores.
O presidente da Comissão Nacional de Eleicoes(CNE) em Nampula Daniel Ramos, falando aos jornalistas, disse que o processo de votação decorre normalmente, mas admitiu ter havido pequenos erros. Segundo ele, a morosidade com que se verificou o processo nas primeiras horas da manhã deve-se ao facto da maior parte dos membros das assembleia de votos serem estreantes no processo. Mas, apesar dos “pequenos erros”, afirmou que o processo não estará comprometido.