O acesso ao emprego continua a ser um dos principais desafios dos portadores de deficiência em Moçambique, sobretudo na província de Nampula. A denúncia é de Camilo Moreira, delegado provincial da Associação dos Jovens Deficientes (Ajudemo).
Segundo Moreira, apesar de o país dispor de legislação que protege as pessoas portadoras de deficiência, as condições de vida são mais precárias que as do resto da população, a avaliar pelo baixo nível de escolarização e o fraco nível de acesso ao mercado de emprego.
Para Moreira, essa falta de oportunidades está associada à má implementação de programas. Ele cita como exemplo o programa de apoio ao emprego a pessoas portadoras de deficiência aprovado pelo governo, que não é respeitado pela maioria dos empregadores.
“Algumas pessoas quando vêem o deficiente, olham-no como uma pessoa sem qualquer função na sociedade”, lamenta Moreira.
Para contrapor ao que ele considera ser uma atitude discriminatória dos patrões, a Ajudemo tem desenvolvido actividades de geração de rendimento.
Há em Moçambique, perto de 500 mil pessoas portadoras de deficiências. O país tem 25 milhões de habitantes.
Em Nampula, o Governo municipal tem tido uma fraca intervenção nesta área, alegadamente por falta de recursos financeiros.
Amiel Paulo, director para a área social do Conselho Municipal da cidade de Nampula, disse que, apesar de tudo, as atenções estão viradas para os deficientes físicos.
Por agora, apenas podem oferecer cadeiras de rodas a sete deficientes, o que vai custar 70 mil meticais dos cofres da edilidade.