Alguns pais e encarregados de educação na cidade de Nampula têm notado com preocupação a ausência de professores de escolas públicas por estarem envolvidos nas atividades de campanha eleitoral, o que vai ter implicações na aprendizagem.
Os pais entrevistados pela VOA dizem que os professores deveriam apenas se dedicar à atividades políticas nos seus tempos livres.
A ausência de professores foi também notada pelo Consórcio Mais Integridade, que monitora o processo eleitoral.
“Estamos a ter situações de crianças que não estão a ter aulas, estamos a falar de quarenta e cinco dias, quase cinquenta dias que um número maior de crianças não terá tido matéria suficiente para avaliação”, diz Lázaro Mabunda, do grupo.
O risco disso, diz Mabunda, é “refletir na educação das crianças, sobretudo aquelas que terão exames finais e o que pode vir acontecer é os professores atribuírem notas administrativas para passarem de classe”.
Mário Luís, professor secundário, diz que “não é proibido que o professor faça campanha, desde que saiba do período que vai fazer a campanha e se não vai comprometer o seu trabalho”.
Mas nem sempre isso é voluntário, conta outro professor, que prefere ser tratado por Antunes para evitar represálias. Ele diz que a participação na campanha, sobretudo do partido no poder, Frelimo, é por vezes perante ameaças de transferência “para zonas recônditas”.
As autoridades de educação dizem que a ausência de professores pode ser punida.
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