Eleitores da província moçambicana de Nampula, o maior círculo eleitoral do país, pedem aos candidatos à presidência nas eleições de 15 de Outubro mais atenção às questões relacionadas com a educação.
Segundo cidadãos ouvidos pela VOA em Nampula, a educação constituiu o sector central para a construção de um país, de verdadeira democracia, porém, segundo observam, nos últimos anos políticas implementadas não levaram o país a lugar nenhum.
A insuficiência de salas de aulas e escolas, a precariedade das condições higiénicas nos estabelecimentos de ensino, a falta de material escolar que chegue para todos, a má qualidade de formação de professores, a implementação de um currículo escolar desajustado com a actual realidade, a falta de carteiras escolares, são alguns dos problemas apontados com frequência pelos cidadãos e que esperam maior atenção dos políticos.
Entretanto, a VOA ouviu também nos últimos dias as promessas dos políticos na área de educação. De uma forma generalizada, o sector de educação constitui prioridade para todos os três candidatos, nomeadamente, Daviz Simango, do MDM, Filipe Nhusi, da Frelimo, e Afonso Dhlakama, da Renamo. Contudo, as prioridades em termos de intervenção são diferentes.
A Renamo diz que em casos de eventual vitória de Afonso Dhlakama vai pautar por implementar um novo currículo que ajude as crianças a saberem ler e a escrever nas primeiras classes do ensino primário, o que passa por abolir as passagens automáticas, actualmente em vigor nas primeiras classes do ensino primários.
Segundo o director de campanha da Renamo na região norte do país Luis Fernando, o seu partido vai pautar igualmente em aumentar os salários dos professores e em outras formas de incentivo por entender que a falta disto mancha todo processo de ensino.
Davis Simango, do MDM, disse em Nampula que na componente de educação vai apostar no ensino profissional para evitar que a maior parte dos jovens conclua o ensino.
Para além do ensino profissional, o MDM pretende usar os recursos naturais de que o país é potencial para a construção de carteiras escolares e diz igualmente que vai flexibilizar o processo de nomeação de muitos professores que hoje são negados por alegadamente pertencerem a oposição
Filipe Nhusi, da Frelimo, que é pela continuidade, diz que vai apostar na formação do professor, expandindo sempre que necessário as instituições de educação para mais localidades.