A recente visita do Presidente angolano à província do Namibe deixou algumas referências positivas, mas também negativas que têm a ver com o costumeiro passado de limpar as ruas e embelezá-las para a chegada do Chefe de Estado.
Mas há outras críticas à visita de João Lourenço.
Por exemplo, alguns criticam o facto de o Presidente ter ido visitar a nova fabrica de processamento de pescado, no Município do Tombwa, em detrimento das unidades de produção paralisadas.
No rol de outras industrias e infra-estruturas há muito paralisadas está o porto mineiro, parado desde que também acabou o projecto de exploração de ferro da Jamba Mineira, em Cassinga e em Tchamutete, na década de 1970.
Os métodos selectivos do passado funcionaram e os que não se identificaram com o partido no poder e outros considerados “ boca sem travão” foram impedidos de participar na visita, dizem os críticos.
Contra a expectativa, apenas os empresários e empreendedores afectos ou filiados nos comités de especialidades do MPLA tiveram acesso ao convite do Governo provincial, deixando de fora muitos homens de negócios com visão e projectos credíveis para o aumento de postos de trabalho na província do Namibe.
O empresário e analista da Rádio Namibe Mendes de Carvalho, no seu espaço de análise, não se coibiu de criticar o Governo do Namibe.
Entretanto, o economista Wine Jamba disse que a visita presidencial de João Lourenço ao Namibe na semana passada deixou uma lição de como os governantes se devem relacionar com o povo.
“Não foi preciso oprimir a livre circulação de pessoas, também não foi preciso um aparato militar ou policial nas ruas para intimidar o povo e as instituições públicas mantiveram-se abertas como se não estivesse acontecido nada no Namibe”, concluiu.