O continente que apenas emite quatro por cento dos gases com efeito estufa para a atmosfera viu desastres climáticos afectarem 110 milhões de pessoas e causarem 5.000 mortes em 2022.
A África ainda sofre desproporcionalmente os efeitos do aquecimento global, que agravará a crise alimentar e os conflitos no continente, de acordo com um alerta da Organização Meteorológica Mundial feito nesta semana.
O continente ainda pode perder de 290 mil e 440 mil milhões de dólares nas próximas décadas, depois de ver baixar a produtividade agrícola em cerca de 34% desde 1961, devido às mudanças do clima.
Para complicar mais a equação, cerca de 55% da população ainda se dedica à agricultura.
Nairobi, a capital do Quénia, acolheu nesta semana a primeira Cimeira de Ação Climática de África e a Semana do Clima, em preparação para a Conferência do Clima COP 28 a decorrer no Dubai, nos Emirados Árabes Unido, de 30 de Outubro a 12 e Novembro.
A Cimeira terminou na quarta-feira, 6, com um apelo aos líderes mundiais para que se mobilizem em torno de um imposto global sobre o carbono aplicável aos combustíveis fósseis, à aviação e aos transportes marítimos, da reforma do sistema financeiro mundial e que os países maiores emissores mundiais de gases e mais ricos cumpram as suas promessas, especialmente a de 100 mil milhões de dólares anuais em financiamento climático para os países em desenvolvimento.
Alexandre Rodrigues, assessor especial do ministro da Agricultura e Ambiente de Cabo Verde, que participou na Semana do Clima, em que foi panelista, e o ativista ambiental moçambicano Rui Silva consideram que a Cimeira aconteceu num momento importante e serviu para colocar na agenda mundial a pauta africana.
No programa Agenda Africana, da Voz da América, com pontos de vista complementares, embora de posições diferentes, ambos apontam os caminhos que o continente deve trilhar para enfrentar e adaptar-se às alterações climáticas, sem hipotecar o seu desenvolvimento nem as próximas gerações.
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