A “novela” em torno do caso dos nadadores americanos que terão dito que foram assaltados no Rio de Janeiro na madrugada de domingo, 14, ganha novos contornos, muitos deles contraditórios.
Agora, fontes policiais citadas pela Associated Press (AP) afirmam que os atletas que ainda estão no Rio de Janeiro contaram que a história de assalto à mão armada foi fabricada pelo colega Ryan Lochte.
Lochte, primeiro, teria mentido sobre o roubo à sua mãe, Ileana Lochte, que em entrevista tornou público o suposto assalto.
A partir daí a história ganhou grande repercussão.
Estação de combustível vandalizada
Os dois nadadores prestaram depoimento à Polícia Civil do Rio de Janeiro nesta quinta-feira, 18, à tarde.
Antes, a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro garantiu que não houve roubo da forma relatada por eles.
Fernando Veloso, chefe da PC/RJ, explicou que os atletas vandalizaram uma estação de combustível e que um dos dois seguranças do estabelecimento fez uso de arma de fogo para contê-los.
“Houve uso de arma de fogo, sim, mas não o emprego”, disse o chefe da Polícia Civil para explicar que a situação não culminou em disparos dos seguranças.
O armamento está em situação regular, de acordo com a polícia.
Os seguranças eram agentes públicos que trabalham na estação de combustível fora do seu horário laboral - fazendo “bico”, como dizem os brasileiros - e pediram para ter a identidade preservada, por medo de retaliações.
Não há indicação de conduta inapropriada por parte deles, de acordo com Veloso, que destacou ainda ser preciso completar a investigação para se chegar a uma conclusão.
A mesma fonte, entretanto, revelou que a investigação premilinar indica que, após terem saído de um evento, os atletas pararam na estação de combustível para usar a casa-de-banho, tendo provocado destruição na estrutura porque estariam bêbados.
Os seguranças tentaram impedi-los, os detiveram e chamaram uma viatura da Polícia Militar.
Imagens mostram vandalismo
Uma pessoa, que ainda será ouvida na investigação, ofereceu-se para ser intérprete e explicou aos norte-americanos que teriam de pagar pelos danos.
Eles ofereceram 100 reais e uma nota de 20 dólares, tendo sido deixados livres antes da chegada da Polícia Militar.
Imagens das câmeras de segurança da estação de combustível mostram o tumulto entre os quatro nadadores e seguranças do estabelecimento.
O vídeo, revelado pela TV Globo, mostra os nadadores saindo da casa de banho.
Comité Olímpico dos Estados Unidos apoia nadadores
Gunnar Bentz, Jack Conger e James Feigen foram impedidos de viajar na noite de quarta-feira, 17, para os Estados Unidos pela Polícia Federal, obedecendo a uma decisão de um tribunal que ordenou a retenção dos seus passaportes.
O quarto nadador, que revelou a história à cadeia americana NBA, Ryan Lochte, viajou na segunda-feira, 15, para o seu país, antes da decisão judicial.
O Comité Olimpíco dos Estados Unidos emitiu um comunicado nesta quinta-feira, 18,em que diz que Bentz, Conger e Feigen cooperam com as autoridades brasileiras.
"Todos são representados por um advogado e são apoiados pelo comité olímpico e pelo Consulado dos EUA no Rio", conclui a nota.