Moçambique desceu dois lugares no Índice Ibrahim de Boa Governação Africana 2018 em relação ao ano anterior, ocupando a 25º. posição.
O documento indicou que o país somou 51 pontos numa escala de 100, contra 52,2 pontos no ano passado, agravando a tendência de "deterioração acelerada" registada desde 2008.
Os relatores indicam que o único progresso foi registado na categoria de Segurança e Estado de Direito, enquanto há retrocessos na avaliação às categorias de Participação e Direitos Humanos, de Desenvolvimento Humano e de Desenvolvimento Económico Sustentável.
Analistas moçambicanos consideram que o não esclarecimento da questão das chamadas dívidas ocultas, a ausência de progressos no combate à corrupção e o branqueamento de capitais contribuem para o facto de Moçambique continuar a ser mal classificado Índice Ibrahim.
Para o analista Francisco Matsinhe, vários factores concorrem para esta realidade, entre os quais o facto de ainda não terem sido esclarecidas as chamadas dívidas ocultas.
Na opinião daquele analista, o outro aspecto que terá contribuido para a fraca classificação de Moçambique relaciona-se com a falta de progressos na luta contra a corrupção.
Do ponto de vista económico, Matshinhe realça que não houve progressos.
Por seu turno, o analista Fernando Mbanze considera que no que se refere ao combate à corrupção e branqueamento de capitais, "Moçambique continua com muito discurso e pouca prática".