Os médicos angolanos no sistema estatal de saúde poderão entrar de novo em greve em Março caso não sejam atendidas as suas reivindicações.
No fim-de-semana realizaram-se marchas de protesto em várias cidades, incluindo Benguela, onde o secretário provincial do Sindicato dos Médicos, Edgar Bucassa, disse que a organização continua a aguardar por uma resposta das autoridades ao seu caderno reivindicativo.
O Ministério da Saúde tem duas semanas para dar resposta ao caderno reivindicativo que recebeu do Sindicato dos Médicos, com base no qual vigorou a paralisação de Novembro do ano passado, que acabaria por durar três dias.
‘’Está dentro do Ministério o nosso caderno reivindicativo, estamos à espera de uma resposta. Se não acontecer, nesta assembleia, no próximo dia dois de Março, poderemos decretar uma greve por tempo indeterminado’’, anuncia Bucassa.
A acontecer, segundo o médico Augusto Manuel, seria também devido a realidades como a que se observa no maior hospital de Benguela.
‘’Temos feito um sacrilégio, não sacrifício. É deficiência de material gastável, é deficiência de material de diagnóstico, por isso mesmo dizer que os médicos não têm trabalhado é um absurdo’’, sustenta o profissional.
Quem sofre com estas deficiências, ainda que pertencente a outro ministério, garante que abraça a causa da classe.